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quarta-feira, 18 de março de 2015

Nossa Senhora do Espinheiro:
a basílica do milagre luminoso





Nossa Senhora do Espinho é uma basílica de bom tamanho, meio perdida na pradaria da Champagne, perto de Reims.

É uma zona até pobre. Se não desse o vinho Champagne era uma zona que até atrairia muito pouco.

Mas é uma construção ideal, um sonho. Há peregrinações locais àquela igreja, mais frequentes ou menos, mais concorridas ou menos.

Vendo as fotos a gente se sente meio arrebatado para uma clave que só as coisas da Idade Média têm, e mais nada tem.

É uma graça que a gente não sabe o que dizer. Mas que a Idade Média tinha.

Quem não recebe essa graça, não acha interesse na catedral de Nossa Senhora do Espinho. Então, o medieval lhe parece pesado e indigesto.

Esta atitude tacanha começou quando a luz da Idade Média se apagou pela influencia da Revolução.


Os homens que povoavam aquelas catedrais e moravam naqueles claustros, não quiseram mais saber.

Houve uma ordem de cavalaria da Espanha em que os próprios religiosos destruíram seu próprio convento gótico.

Não porque houvesse algum perigo de eles serem obrigados a voltar para lá, mas pelo gosto de destruir, pelo ódio do espírito daquele convento.

É uma coisa especial.

O triunfo do Imaculado Coração de Maria vai trazer um enorme re-acendimento daquela luz medieval.

No Reino de Nossa Senhora prometido em Fátima essa graça será restituída aos homens.


(Autor: Plinio Correa de Oliveira, 24/1/87. Sem revisão do autor)



A catedral no meio do campo

A Basílica de Notre-Dame-de-l'Épine (literalmente Nossa Senhora do Espinho, ou do Espinheiro) fica na pequena cidade de L'Épine, na região de la Marne, perto de Châlons-en-Champagne, ao leste de Paris.

É uma obra mestra do estilo gótico “flamboyant” ou flamífero, pelo seu parecido com as labaredas.

A construção foi iniciada por volta de 1405-1406 e durou até 1527.

A basílica recebeu esse nome pela devoção a uma imagem de Nossa Senhora segurando o Menino Jesus.

Segundo a explicação tradicional, já generalizada no século XVII, durante a Idade Média, as ovelhas de um pastor da aldeia de Courtisol se reuniram em volta de um espinheiro que emitia grande luz.

A luz foi vista por outros pastores brilhando na noite. No local foi encontrada uma imagem abandonada. E como confirmando o milagre, o espinheiro reverdeceu.

A imagem foi levada a uma capelinha das redondezas e os milagres se deram em série. Entre os que foram objeto de devidos registros, figuram um cego recuperou a vista em 15 de agosto de 1591.

Em 11 de abril de 1681 um bebê que nasceu morto voltou à vida. Na mesma época, a paralítica Marie Musard saiu caminhando sem muletas. Milagres foram registrados até em 1851.

As graças distribuídas por meio da imagem eram tantas que houve necessidade construir uma igreja com dimensão de catedral para acolher os peregrinos.

A fachada comporta três pórticos de acesso e é coroada por duas torres em forma de agulhas.

A torre da direita sobe até 55 metros. A anticristã Revolução Francesa mandou arrasar a torre da direita em 1798 com o pretexto de instalar ali uma torre de telégrafo, símbolo da modernidade materialista.

O telégrafo e a modernidade que simbolizava foram para o cemitério da história e a torre medieval foi reconstruída em 1868.

Como Notre Dame de Paris e outras, a basílica de Nossa Senhora do Espinho possui admiráveis gárgulas, ou gargouilles.

A estátua de Nossa Senhora em honra da qual foi erigida a basílica se encontra no interior.

A basílica é monumento histórico e faz parte do patrimônio mundial segundo a Unesco.

Durante a Idade Média, o local era um ponto de acolhida (albergue, alimentação, repouso) dos peregrinos que iam a Santiago de Compostela na Espanha.

O santuário do Apóstolo Santiago fica a 1.564 quilômetros de distancia e os romeiros faziam o percurso a pé. Mas, ninguém se espante, essa romaria está ficando cada vez mais popular no século XXI!! Veja por exemplo: Peregrinos a Compostela batem recordes históricos, como na Idade Média 

A basílica foi uma necessidade imposta por uma romaria local.

O fato é surpreendente para uma cidade tão pequena. Mas, as razões das peregrinações não dependem da cidade nem das distâncias.

Dependem da graça divina que nesses locais Nosso Senhor Jesus Cristo distribui em abundância, pela mediação universal de Nossa Senhora. A festa da miraculosa imagem é a mesma da Assunção: 15 de agosto.

Notre-Dame de L'Épine impressionou a grandes literatos, inclusive ateus, que a visitaram, como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Joris-Karl Huysmans, Paul Claudel e Paul Fort.



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Um comentário:

  1. Eu fico me perguntando se o concilio Vaticano II não está fazendo a mesma coisa que a revolução francesa fez.

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