terça-feira, 30 de novembro de 2021

Nossa Senhora das Vitórias de Sablon, protetora de Bruxelas

Nossa Senhora das Vitórias
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








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A devoção a Nossa Senhora das Vitórias de Sablon começou no século XIV com um fato miraculoso.

Havia na cidade vizinha de Antuérpia uma imagem milagrosa conhecida como Notre Dame à la Branche (Nossa Senhora no Galho), que fora protetora daquela cidade e que estava na catedral.

Em 1348, Nossa Senhora apareceu duas vezes em sonho a Beatriz Soetkens, moradora de Antuérpia, ordenando-lhe levar a estátua em um barco até Bruxelas.

O translado teve algo de maravilhoso.

Em Bruxelas a imagem foi recebida pelo duque de Brabante e pela confraria dos besteiros – guerreiros da cidade – que havia sido avisada do prodígio.

Tendo recebido o nome de Nossa Senhora das Vitórias, a imagem foi instalada em uma pequena capela pertencente aos besteiros, localizada em um local ermo chamado Sablon (literalmente = banco de areia).

O milagroso translado
Desde então ela se tornou uma padroeira de Bruxelas, sua sentinela contra os perigos externos e guardiã de sua autonomia, sendo por isso proibido removê-la para fora de seus muros.

Em lembrança de sua milagrosa chegada no ano de 1348 foi instituída uma solene procissão conhecida popularmente como “Ommegang” (que no dialeto local significa procissão), a qual se realizava no domingo antes do Pentecostes.

A data era também a mesma da cidade de Bruxelas.

Naquela procissão, que percorria toda a cidade, a imagem de Nossa Senhora era conduzida como chefe militar e a protetora de Bruxelas.

Notre Dame du Sablon
Ia escoltada pelos besteiros e precedida pelas autoridades que levavam o barco que a transportou milagrosamente até Bruxelas.

Na procissão participavam, em ordem de importância, em primeiro lugar os homens de guerra da cidade, em seguida os representantes das corporações de ofício do comércio e da indústria.

E, finalmente, os magistrados que precediam a estátua sagrada rodeada pelo clero e os besteiros.

Abria o cortejo uma cavalgada composta por jovens selecionados das mais importantes famílias da nobreza e da burguesia, representando os antigos Duques de Brabante, cada um com seu porta-estandarte, soldados e pajens.

A procissão adquiriu um esplendor extraordinário e toda a cidade estava oficialmente representada.

Procissão histórica atual
A capelinha de Sablon foi substituída por uma impressionante igreja em estilo gótico flamboyant visitada por reis e pela mais alta nobreza.

A procissão concluía com um grande banquete na Grande Place, com a presença das personalidades.

Quando as idéias da Revolução Francesa – fonte do laicismo atual – penetraram na Bélgica, essa grande tradição religiosa foi proibida.

Também com o nome de Ommegang, mas desprovida de significado religioso, realiza-se todos os anos uma bela cerimônia histórica que relembra a faustosa procissão de 1549 participada pelo imperador Carlos V.


Nossa Senhora das Vitórias. Igreja do Sablon




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