Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Quando aparece a catedral de Notre Dame, deixa todas as outras coisas de lado, mesmo a catedral de São Marcos de Veneza.
As três portas têm lindíssimas ogivas, profundas, indicando bem a espessura das paredes.
Em cada portal, ao longo de toda a espessura, existem episódios da História Sagrada esculpidos de um lado e de outro.
Imaginem que não existisse a parte de cima e a igreja fosse apenas coroada pelo balaústre que está em cima das cabeças dos reis. Daria um edifício lindo!
Agora imaginem outro edifício formado apenas por aquela grande ogiva central, depois pelas duas ogivas laterais, depois por aquelas pequenas ogivas em cima, que formam uma colunata de ogivas esguias, delicadas e entrelaçadas.
Imaginem só aquilo no chão.
Daria ou não a fachada lateral de uma igreja lindíssima?
Bem, imaginem cada uma daquelas pontas de torre transformada num oratório e posta no chão. Como seria lindo!
Porém, em Notre Dame, essas três belezas estão superpostas.
O tacto francês, para o qual o charme é mais belo que a beleza, sentiu que se ficassem isoladas, alguma coisa faltava.
Atrás há um telhado e no alto dele uma flecha. É a famosa flecha de Notre Dame, que dá um fundo de leveza, graça e grandeza a essas torres que não foram acabadas.
A flecha é magnífica! A cruz no topo tem uma elegância fica sem palavras. É qualquer coisa de fantástico.
A catedral não deveria ter ficado nisso, as torres deveriam ter ido mais alto.
Mas o estilo gótico morreu ao sopro neopagão da Renascença e do Humanismo.
Por isso não se construíram as torres, e só ficaram aquelas guaritas no canto, cheias de encanto e de beleza.
Uma impressão muito agradável é o contraste entre a altura da catedral e a largura.
Ela é esguia, alta, muito mais alta do que larga.
De maneira que tendo uma boa largura não pode ser chamada de edifício frágil.
Ela é graciosa, leve, tem um quê de fortaleza incontestável. E nos fala da plenitude do espírito da Idade Média, hierático, sacral, hierárquico, ordenado, todo voltado para o que há de mais alto, em que a maior seriedade combina bem com a graça mais leve e com a delicadeza mais extrema.
Os mais belos aspectos da alma católica aparecem a todo propósito em todos os ângulos da catedral.
Há qualquer coisa da glória da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo no ar triunfal dessa catedral.
(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira. Texto sem revisão do autor).
Video: Notre Dame de Paris
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Olá, o sr é padre? Ah, tenho uma pergunta sobre esta catedral. É para um trabalho da escola. Na época, quem financiou a construção? E quem a usava? Nobres, clero, fiéis, etc ... Obrigada desde já!!
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