Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Augustus Welby Pugin foi filho de um arquiteto francês de origem nobre, emigrado durante a Revolução de 1789.
Nasceu em Londres, a 1º de Março de 1812. Porém, foi educado pela mãe num rígido calvinismo.
Em 1834, aos 19 anos de idade, ele descobriu a arte medieval e se tornou católico.
“Fiquei perfeitamente convencido de que a Igreja Católica, Apostólica, Romana é a única verdadeira. Aprendi as verdades da Igreja Católica nas criptas das velhas igrejas e catedrais européias.Pugin exerceu um apostolado especial: ele reanimou a alma inglesa, ressequida pelo protestantismo. Para isso ele criou obras em estilo gótico medieval renovado. Hoje elas atraem e empolgam milhões de turistas. Por exemplo, o Parlamento de Londres e a celebérrima torre do Big-Ben.
“Procurei verdades na moderna igreja da Inglaterra (protestante anglicana) e vim a descobrir que ela, desde que se separou do centro da unidade católica, tinha pouca verdade e nenhuma vida. Dessa maneira, e sem que tivesse conhecido um só sacerdote, ajudado apenas pela graça e misericórdia de Deus, resolvi entrar na sua Igreja”.
Nas igrejas que que construía, ele fez questão que as cerimônias sagradas fossem cheias de pompa e que só usassem a música gregoriana.
Uma testemunha que assistiu a missa inaugural da capela do seminário de Oscott afirmou se sentir num ambiente de sonho quando a luz do sol começou a jorrar através dos vitrais, fazendo as paredes resplandecerem em ouro e púrpura.
Catedral de Lincoln |
A fachada do Parlamento inglês produz uma impressão parecida com a que dá a Sainte Chapelle de Paris.
Tem-se a sensação de que a Igreja Católica deixou algumas das melhores marcas de sua própria alma. De tal maneira aquilo é acertadamente católico.
Retamente católico, acertadamente católico, por causa do que? O que tinha aquilo de especial?
Não era, por exemplo, o que tem de especial a catedral de Colônia.
A catedral de Colônia é uma explosão de pedra, de uma grandeza extraordinária.
Lá a razão não está tão presente quanto a imaginação germânica no que ela tem de categórico.
Não é uma imaginação suave, poética, doce, mas é a imaginação de uma pessoa que quer uma epopéia grandiosa e marcar todos os séculos com uma nota de grandeza que fosse mais do céu do que da terra.
A nota saliente da catedral de Colônia é o fantástico que o espírito possante realiza.
Na catedral de Notre Dame de Paris nós encontramos a conjugação da fantasia com a razão. A fantasia imaginou algo extraordinário.
Depois a razão colocou tudo em ordem, introduziu simetrias, bons sensos, harmonias quase clássicas, sem tirar nada do medieval extraordinário.
A fachada do Parlamento e o Big-Ben representam a conjugação da força e da delicadeza. Há muita delicadeza naquela fachada.
Ela é toda feita de linhas longas que se repetem e de um grande amplitude de horizonte.
Ela não tem o élan de Colônia, nem a harmonia superlativa de Paris.
Ela uma grande dignidade, elevação, nobreza, com alguma coisa de sereno, de senhor de si e de afável, e ao mesmo tempo de sacral e de sério.
Ela reúne extremos opostos. E toda obra de arte quando reúne extremos opostos e até aparentemente contraditórios, realiza algo de supremo.
A idéia de grandeza estável, da grandeza que se senta sobre seu próprio poder e se põe a meditar.
O Big-Ben é uma maravilha que merece ser justaposta a esse edifício.
A ter uma torre, deveria ser daquele jeito: tão coerente, tão lógica, tão bela, mas com essa doçura, essa suavidade dos ingleses que o gênio católico colocou ali pela mão de Pugin, que soube comunicar um sopro católico àquilo tudo.
Como isso é diferente da imagem da Inglaterra protestante! Essa Inglaterra não é a Inglaterra do Palácio nem do Big-Ben.
É uma Inglaterra que o protestantismo deformou com o senso monetário.
No espírito inglês de antes do protestantismo havia ausência desse espírito monetário.
É uma Inglaterra feita para conquistas de ordem cultural e muito menos uma Inglaterra feita para conquistas de ordem material.
Plinio Corrêa de Oliveira. Texto sem revisão do autor.
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