Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A grandeza imperial da Inglaterra do século XIX consistiu em absorver o império colonial de Portugal e da Espanha e de os reduzir a nada.
Essa já não era a Inglaterra do Parlamento cheio de espírito gótico.
Essa não era a Inglaterra de Westminster.
É uma outra Inglaterra: a do dinheiro.
Nas obras de arquitetura aparecem a luz primordial e o pecado capital dos povos, e mostram como os dois coexistem no dia de hoje.
Dentro da Inglaterra do dinheiro há uma nostalgia da Inglaterra medieval.
Eles acham que não é preciso romper inteiramente com a Inglaterra gótica.
E Augustus Welby Pugin teve alma para compreender esse problema e soube representar a luz primordial na arquitetura.
Ele falou para um filão que ainda está vivo na Inglaterra de hoje.
Ele compreendeu a alma inglesa, ele compreendeu sua a luz primordial.
Ele viu os pontos de sensibilidade em que essas almas são trabalháveis para o bem.
Isso exige um espírito profundamente católico.
Ele soube tocar, por meios simbólicos, a alma de seu país.
Ele soube realizar monumentos que muitos, até protestantes, admiraram.
Ele tanto soube tocar, que ele foi odiado.
E um indivíduo nunca pode ter a certeza de que ele está acertando, enquanto ele não ouviu o gemido do adversário.
Enquanto o adversário não soltou uma imprecação, ou não gemeu, ele pode estar duvidando do seu próprio acerto.
Ele foi odiado por alguns protestantes, ele foi odiado por muitos católicos, sobretudo pelos católicos liberais, ou antepassados dos progressistas.
Seria uma glória que genuínos católicos ingleses, algum dia, mandem construir uma coisa que esse homem sonhou e que ele não chegou a realizar.
Seria a mais alta homenagem a um homem tão católico.
Os homens que não procuram realizar coisas sonhadas pela fé, esses não são homens.
Assim foi a alma dos construtores das catedrais da Idade Média.
Mas o espírito deles não ficou restringido à era medieval.
Ele vive na Igreja Católica que inspira, a través dos séculos, ousadias mais medievais das que tentaram os próprios medievais.
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