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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

O altar da catedral de SCHLESWIG:
reminiscência gótica com acentuada nota teológica

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Na foto ao lado vemos o retábulo do altar da catedral de Schleswig, cidade do antigo ducado de Schleswig-Holstein –– uma “língua de terra” que une a Alemanha à Dinamarca.

Nessa região, havia vários pequenos Estados independentes. Era o bom costume germânico, vigente no Sacro Império Romano Alemão, onde o Estado não era centralizado, mas rico em autonomias de vários tipos.

Schleswig era uma pequena zona gozando de uma quase soberania, que tinnha uma igreja contendo essa maravilha.

Esse altar consta de vários elementos, como o supedâneo circular, a mesa com o famoso tríptico e uma gradezinha bem graciosa (foto ao lado).

O retábulo não pode mais ser qualificado simplesmente como gótico, mas apresenta reminiscências do gótico flamboyant.

Nele encontramos arcadas, e dentro delas dosséis nos quais se nota vaga influência gótica.

Os arabescos reportam-se ao estilo gótico já decadente, constituem eles um conjunto pesado demais para a parte de baixo. São os desequilíbrios dos temos modernos que começam a se manifestar.

Apesar disso, à primeira vista, fica-se encantado com a impressão causada pelo altar.

Analisando sua base, sente-se uma certa estranheza, ela é pouco congruente com o que aparece acima.

Mas, após essa primeira impressão, as coisas se equilibram em nosso espírito, pois parece ter havido a intenção de criar um equilíbrio inverossímil, e assim viola-se um tanto as exigências de um verdadeiro equilíbrio.

Apesar disso nota-se a boa ordenação no seguinte: acima da base, a parte superior vai se tornando mais leve, e nela encontram-se os santos, além de um altar para Nossa Senhora.


No alto Nosso Senhor Jesus Cristo, sob um dossel que termina em forma de ponta.

Na reminiscência gótica, notam-se elementos pesados, aos quais se supõe outros que vão se tornando mais leves.

Com uma nota muito teológica, porque Nossa Senhora paira como Rainha no meio de todos os santos.

E Nosso Senhor Jesus Cristo colocado sob um dossel está por cima de todas as ordens possíveis, sobressaindo como se encontra no Céu.


(Fonte: excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 10/06/1968. Sem revisão do autor.)



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terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

O Retábulo de Ouro: portento da arte medieval

Retábulo de Ouro, catedral de Veneza. Catedrais medievais

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A preciosa obra artística denominada Retábulo de Ouro (*), está colocada atrás do altar-mor da célebre Basílica de São Marcos, em Veneza.

Cada um dos esmaltes que ela contém é uma verdadeira maravilha.

No detalhe (à direita), vê-se um esmalte representando a majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo, apresentado com as características de um Imperador bizantino, rodeado dos quatro Evangelistas (em destaque, na foto à direita). Em cima, à esquerda, São Marcos, e à direita São João; embaixo, à esquerda, São Mateus, e à direita, São Lucas.

Diz o livro do Gênesis que, tendo Deus criado todas as coisas, no sétimo dia Ele repousou contemplando Sua obra. Fez, então, um balanço da criação: o conjunto dos seres criados era “muito bom” (Gen. I, 31).

Retábulo de Ouro, catedral de Veneza. Catedrais medievaisAnalogamente, no primeiro golpe de olhar que incide sobre o Retábulo de Ouro, nota-se uma beleza que em francês se diria bariolée, isto é, constituída pela mistura indefinida de muitas cores, formas e figuras, e da qual resulta um bariolage extremamente deleitável à vista.

Mas também muito conveniente à piedade, porque os olhos sentem atração para se deterem sobre temas santíssimos, cristianíssimos.

E isso contribui singularmente para a formação, em primeiro lugar religiosa e em segundo lugar artística, do povo de Deus.

Todos esses elementos concorrem para que o Retábulo de Ouro seja considerado um verdadeiro tesouro.

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Excertos da conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 7.12.1988. Sem revisão do autor.

* * *

(*) Nota: Localizada atrás do altar-mor, encontra-se a famosa obra-prima da ourivesaria medieval que recebeu a denominação Palla d’oro (Retábulo de Ouro). Sua primitiva douração data do ano 978. Ela foi depois enriquecida com mais ouro e esmaltes provenientes das presas trazidas para Veneza, por ocasião da IV Cruzada, de 1202 a 1204. Essa obra compõe-se de mais de 80 esmaltes, em meio a numerosas pedras preciosas, aplicados sobre uma placa de ouro que mede 3,48 metros de extensão por 1,40 de altura.




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