Basílica abacial de Saint-Denis, Paris, França, ábside. foto David Iliff |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O núcleo central do gótico tomou forma na região francesa da Île-de-France, e que abarca a zona de Paris e arredores.
Portanto, a abadia de Saint-Denis e a catedral de Notre-Dame.
Estendeu-se depois com celeridade a todo o território francês, e transpondo-o, ramificou-se por toda a Europa católica.
O estilo gótico não ficou parado, mas desenvolveu-se prodigiosamente, dando origem a inúmeras variantes cujo estudo requereu muitos tratados.
E ainda outros estão sendo escritos.
Uma catedral inspira outra, mas nenhuma é igual. Cada qual oferece e desenvolve um aspecto novo.
Nunca há ruptura com os ideais anteriores, mas antes uma assimilação de elementos novos ou antiquíssimos.
O avanço técnico é prodigioso, nas mãos das corporações de construtores, grupos formados pelos mestres anônimos a serviço das construções monásticas ou episcopais, que se movem livremente de obra em obra e elaboram novas técnicas.
A decoração interna e externa dos edifícios tornou-se complexa e requintada.
A perfeição da geometria das formas se inspirava no Templo de Salomão, que Deus revelou como está nas Escrituras. Mas em certo sentido a superava.
Vitrais, estátuas e baixo relevos narram a Bíblia, a vida dos santos, a teologia, a filosofia, descrevem os grandes homens da Antiguidade inclusive greco-romana, as atividades das profissões, as estações dos anos, a disposição dos astros.
Em resumo: a Ordem do Universo.
Iluminura representando peregrinos rumo a Santiago de Compostela. |
Penetrou na sociedade em toda espécie de prédios, inclusive em moradias da burguesia, em prédios públicos, hospitais e outras construções citadinas.
Não ficou só na arquitetura.
Gerou uma escultura própria, que se afirmou pela primeira vez na catedral de Chartres.
A pintura gótica teve seu apogeu entre 1300 e 1350, mas seus primeiros passos foram dados na Inglaterra e na França por volta de 1200; na Alemanha, em torno de 1220; e na Itália, de 1300 e 1400.
As iluminuras constituem os vitrais dos manuscritos.
Figuras e imagens estão integradas num ambiente arquitetônico de fundo gótico e exibem as mesmas expressões graciosas da decoração das catedrais.
A bênção de Deus desceu sobre aquelas magníficas realizações, dotando-as com a mais fina ponta do encanto, que atrai milhões de peregrinos ou simples curiosos do III milênio.
Bibliografia
BARROS, José D'Assunção. O Romantismo e o Revival Gótico no século XIX . ArteFilosofia – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal de Ouro Preto, vol.VI, abr/2009. UFOP. Ouro Preto: UFOP, 2009.
FERRATER MORA. Diccionario de Filosofía. México: Editorial Atlante, 1944.
PANOFSKY, Erwin. O Abade Suger de S. Denis. In, Significado nas Arte Visuais. São Paulo: Perspectiva, 2002.
TONAZZI, Pascal. Florilège de Notre-Dame de Paris (anthologie). Paris: Editions Arléa, 2007.
DROSTE-HENNINGS, Julia, DROSTE, Thorsten. Paris-Eine Stadt und ihr Mythos. Köln: DuMont Buchverlag, 2000.
JANSON, H. W. História da Arte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1992.
JAXTHEIMER, Bodo W., Die Baukunst-Stillkunde Gotik. Augsburg: Bechtermünz Verlag, 1982.
Estilo gótico, Wikipedia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_g%C3%B3tico, 20/09/2015 16:35:47
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