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quarta-feira, 28 de março de 2018

Os rostos dos homens do estilo gótico

Catedral de Notre Dame de Paris, detalhe da fachada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs










Os espíritos que engendraram o gótico não se consumiam no desejo puramente estético de descobrir uma nova forma de expressão. Cumpre que constantemente tenhamos em mente a força e a vida que inspiraram esse estilo arquitetônico.

Esse imponderável elemento espiritual é que explica a arte gótica como manifestação da alma medieval. Não nos esqueçamos daquilo que mais importa: o gótico é fruto de uma época em que se reconhecia o valor de cada alma resgatada pelo Sangue do Divino Salvador.

E, até nos menores detalhes dos ornatos, esta verdade transparece. Ruskin estabeleceu a diferença que há entre os ornatos servis – gregos, ninivitas, egípcios – e os devidos ao artífice medieval.

Nem o artífice grego, por exemplo, “nem aqueles para os quais ele trabalhava podia suportar a aparência de imperfeição em qualquer coisa e, portanto, qualquer ornato... era composto de meras formas geométricas – bolas, sulcos e folhagens perfeitamente simétricas...

quarta-feira, 14 de março de 2018

A Suma Teológica traduzida em linguagem artistica

Catedral de Halbertstadt
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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E a decoração também assume aspecto novo e característico, do mesmo modo que a estrutura. Assim é que a escultura puramente ornamental toma um papel cada vez maior de elemento revelador da verdade.

A estatuaria, afastando-se da excessiva estilização da arte romana e oriental, passa a ser não apenas decorativa, mas também meio de expressão espiritual e até de formação catequética. São temas que se apresentam à meditação dos observadores, são lições que não faltam muitas vezes um tom ingênuo e mesmo grotesco.

Por exemplo: a inconstância é figurada por um monge que abandona seu habito à porta do convento. Os ornatos são tirados de motivos simples da vida quotidiana, da fauna e da flora que cercava o homem medieval.

Os vitrais, recém descobertos, passam a guarnecer os vãos abertos nas muralhas e paredes, vazados por janelas ogivais ao longo das naves, ou, nas fachadas, por rosáceas que iluminam o interior co luz difusa e colorida, por preferência às pinturas murais ou afrescos, para os quais não há lugar.