Catedral de Toledo |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A belíssima página que a seguir transcrevemos –– de Émile Male, um historiador francês de grande envergadura, especializado em história da arte — apresenta-se como um bálsamo para as feridas que em nossas almas abriu esta época na qual vivemos.
Ele nos fala da catedral medieval, especialmente a do século XIII, na França.
Temos a impressão de estar lendo um poema que faz voar nosso espírito para longe das maldições deste século: os horrores da luta de classes, o desvario a que se chegou a propósito dos chamados direitos humanos, as invejas, os escândalos que se atropelam uns aos outros, as perversões morais, o terrorismo, a contínua insegurança e tudo o mais.
“Na catedral inteira sente-se a certeza e a fé; em nenhum lugar a dúvida. Esta impressão de serenidade, a catedral ainda hoje no-la transmite, por pouco que queiramos prestar atenção.
Catedral de Chartres
“Esqueçamos por um momento nossas inquietações, nossos sistemas. Vamos a ela.
“De longe, com seus transeptos, suas flechas e suas torres, ela nos parece uma nau possante, partindo para uma longa viagem.
“Toda a cidade pode embarcar sem temor em seus robustos flancos.
“Aproximemo-nos. No pórtico, encontramos logo Jesus Cristo, como o encontra todo homem que vem a este mundo. Ele é a chave do enigma da vida.
“Em torno d’Ele está escrita uma resposta a todas as nossas questões.
“Ficamos sabendo como o mundo começou e como terminará; as estátuas, das quais cada uma é símbolo de uma idade do mundo, nos dão a medida de sua duração.
“Todos os homens cuja história nos importa conhecer, nós os temos diante dos olhos — são aqueles que na Antiga ou na Nova Lei foram símbolos de Jesus Cristo — pois os homens só existem na medida em que participam da natureza do Salvador.
“Os outros — reis, conquistadores, filósofos — são apenas sombras vãs. Assim o mundo e a história do mundo se nos tornam claros.
“Mas nossa própria história vem escrita ao lado da história desse vasto universo.
“Nós aí aprendemos que nossa vida deve ser um combate: luta contra a natureza a cada estação do ano, luta contra nós mesmos a todos os instantes, eterna psicomaquia.
“Àqueles que bem combateram, os anjos, do alto do Céu, estendem coroas.
Há lugar aqui para uma dúvida, ou para uma mera inquietação de espírito?”
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É uma matéria maravilhosa.apesar dos horrores deste século,das lutas de classes,é com certeza como diz parte do texto;é um poema um bálsamo.
ResponderExcluirParabéns! adorei!