Outras formas de visualizar o blog:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Notre Dame de PARIS: igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro

Notre Dame de Paris





A catedral Notre Dame de Paris tem tantos aspectos e maravilhas, que eu depois de ter estado nela, eu tenho que voltar para o hotel, comer alguma coisa rápida, e fazer uma coisa que em mim é um modo de refletir: é dormir.

Eu me pergunto por que é que havia o sono no Paraíso? Se o Paraíso era tão agradável e não cansava, por que é que havia o sono no Paraíso?

Eu me pergunto às vezes se para o homem deixar todas as suas impressões, mesmo as paradisíacas, assentarem bem nele, não é preciso um período de sono, em que o homem pensativo se ordena.

Eu quis dormir depois de ter visto Notre Dame, como Adão quis dormir depois do dia primeiro do Paraíso.

Notre Dame tem o solo da seriedade e todo o desenvolvimento do maravilhoso.

Ela é fundamentalmente séria, planejada segundo os melhores ditames de uma razão calma, ponderada, fazendo uma coisa de grande voo.

Agora, em cima dessa arte e da razão, levantou-se um sonho: o edifício é um sonho. E esse sonho é o maravilhoso até nas menores coisas. Não há uma gargouille que não seja maravilhosa.

A igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O retorno das pombas à catedral de DIJON

As gárgulas da catedral de Dijon passavam muito frio no Natal
As gárgulas da catedral de Dijon passavam muito frio no Natal




Na Borgonha, as pedras nunca são brancas por vontade de Deus.

Ao contrário, com o passar dos anos e dos séculos elas ficam bem cinzentas e até pretas.

No alto da catedral, as gárgulas – aquelas esculturas de animais quiméricos colocadas para dar vazão às águas de chuva e qualquer outra sujeira tirada por esta do telhado –, sempre bem alinhadas, estavam mais do que feias.

Mais. Sentiam-se doentes e tristes no seu pétreo silêncio.

Por obra dos entalhadores, elas tinham formas de diabos, monstros e animais horríveis.

O vento, a chuva, as geadas, as fumaças, tudo contribuía para deixá-las mais estragadas, repulsivas e decadentes.

Acontecia também – e ninguém sabia explicar – que as pombas tinham diminuído em número, a ponto de quase desaparecerem.

Só restavam algumas, mas estavam velhas e doentes. Já não se via seu vulto branco no céu e nos galhos das árvores.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Faça uma visita virtual à catedral de ESTRASBURGO

CLIQUE NA FOTO
Se seu email não visualiza corretamente a imagem embaixo CLIQUE AQUI

Dependendo da conexão a visualização levará alguns segundos para começar
(feche as janelinhas iniciais, e navegue procurando as flechas
ou clicando em 'PLANS' no ângulo superior esquerdo)

Veja vídeo




A catedral de Nossa Senhora que venceu incêndios e guerras infernais, e até a Revolução Francesa!

A catedral emerge entre os tetos da cidade
A catedral emerge entre os tetos da cidade
A 'coluna dos anjos'.
A 'coluna dos anjos'.
A Catedral de Estrasburgo ou Catedral de Nossa Senhora de Estrasburgo (em francês Cathédrale Notre-Dame-de-Strasbourg; em alemão Liebfrauenmünster zu Straßburg) é a catedral católica mais importante na região de Alsácia, que faz uma síntese entre a França e a Alemanha.

No tempo do paganismo, no local existiu um templo dedicado ao deus romano Marte.

O bispo Arbogast, no século VII, deitou as bases de um templo dedicado a Nossa Senhora, do qual não se conservam vestígios.

Pois, já no século seguinte, a primeira igrejinha foi substituída por uma catedral assaz mais importante, concluída sob o reinado do imperador Carlos Magno.

Essa catedral carolíngia possuía três naves e três absides que o bispo D. Ratal mandou ornar com ouro e pedras preciosas.

Mas, essa catedral foi atingida por incêndios nos anos 873, 1002 e 1007.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Igrejas tradicionais: naus que levam ao Céu
pela linguagem dos símbolos

Igreja de São Mateus, Salers, França.
Igreja de São Mateus, Salers, França.



Quando nosso olhar é desviado das maravilhas da Encarnação pelas falsas ilusões sugestionadas por certo progresso técnico, custa perceber os tesouros simbólicos acumulados em nossos edifícios religiosos.

Entretanto, o simbolismo de catedrais e igrejas tem uma importância capital e nos está falando sempre de um significado mais alto.

A visão católica das coisas pressupõe que o mundo tem uma chave de interpretação que é divina.

E a Civilização Cristã nos mostra como o universo, e portanto nossa existência terrena, têm uma ordem profunda que deve ser obedecida.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Sainte Chapelle: capela do rei da França,
custódio da Coroa do Rei dos reis




continuação do post anterior: A Sainte Chapelle e a reversibilidade entre a ordem católica e a ordem monárquica



A Sainte Chapelle é ela própria um imenso relicário feito de luz e vitrais. As relíquias ficavam no altar mor em urnas de uma riqueza única.

Os melhores artistas fizeram essas peças com um refinamento e uma exibição sem igual de pedras preciosas e ouro.

Ao pé de cada coluna, doze no total, a estátua de um Apóstolo como que segura o prédio. Em poucos anos foram instalados 750 metros quadrados de vitrais formando um grandioso livro de imagens.

Há um modo especial de ler esse livro, é um discurso maravilhoso que transmite os grandes fatos da Bíblia com uma insistência particular no Antigo Testamento.

Na parte central, os vitrais pintam a Paixão de Cristo, aponta Christophe Bottineau, arquiteto chefe dos Monumentos Históricos. No lado sul, onde bate mais o sol, é apresentada a dinastia dos reis de Israel que termina na pessoa de São Luís.

Não sabemos quem concebeu este livro de imagens. Quiçá o próprio São Luis, por que não? pergunta Le Pogam.

A epopeia bíblica descrita nos vitrais reforça o paralelismo com a monarquia do povo eleito do Novo Testamento.

David rei de Israel, Salomão fundador do Templo, Moisés o legislador e Aaron, primeiro Sumo Sacerdote coroado com uma coroa que parece com a tiara do Papa, são prefiguras da ordem católica medieval.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A Sainte Chapelle e a reversibilidade
entre a ordem católica e a ordem monárquica




A Sainte Chapelle foi mandada construir pelo rei da França São Luis IX (1214 – 1270), na metade do século XIII, em Paris, capital de seu reino.

São Luis foi um monarca santo em quem se fundiram duas dimensões: a política e a religiosa. A Sainte Chapelle permite, entre outras coisas, compreender melhor a reversibilidade dos dois aspectos no rei santo.

Um rei construtor, um rei-sacerdote – no senso da missão sacerdotal da aristocracia definido pelo Papa Bento XV – um rei cruzado, um rei santo, um rei modelo que deixou uma das mais belas joias da arquitetura da Idade Média.

A Sainte Chapelle é um magnífico livro de imagens que atravessou oito séculos, não sem arrostar grandes perigos.

Os reis da França na Idade Media eram ungidos pela Igreja e, portanto tinham também uma missão religiosa. A unção dos óleos sagrados marcava a origem divina da autoridade suprema do reino.

Essa associação entre a monarquia e a religião católica ajuda a compreender a Sainte Chapelle.

A comunicação de Deus com o povo e o reino passava através de São Luís. Ele devia proteger o povo cristão, propagar o cristianismo, defender o clero e conduzir seu povo rumo à Jerusalém celeste, rumo a salvação eterna.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Paray-le-Monial: onde o espírito medieval e o católico se identificam

Paray-le-Monial: nave central.
No abside: a pintura de Jesus Cristo no Juízo Final.



Até que ponto o espírito medieval e o espírito católico se identificam? Até que ponto um espírito anti-medieval pode ser chamado espírito anti-católico? E até que ponto se pode ser católico sem ter o espírito medieval?

O que é o espírito da Cristandade medieval em confrontação com o espírito católico?

Uma tese que não pode ser aceita é de que a Igreja só se exprime adequadamente no estilo medieval.

Basta considerar o românico, que não é gótico. Há monumentos românicos de uma expressão católica magnífica.

Eu, quando estive em Paray le Monial, fui assistir Missa. Em Paray-le-Monial Santa Margarida Maria recebeu as revelações do Sagrado Coração de Jesus.

Durante a Missa, os meus olhos foram se pondo pela igreja como faz todo mundo, e eu fui tomado pela igreja.

O tamanho, o tipo de pedra, os arcos, não sei que imponderáveis, e eu procurando afastar a idéia para prestar atenção na Missa...

Então, me passou pela cabeça, assim como um relâmpago: “isto aqui é um monumento muito sério, muito importante, uma coisa magnífica”.

Eu sai com este começo de enlevo enfático pela igreja.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

As igrejas de RAVENNA e o futuro possível do gótico

Ravenna, igreja de San Vitale, imperatriz Teodora e séquito.
Ravenna, igreja de San Vitale, imperatriz Teodora e séquito.






A basílica de San Vitale, em Ravenna, na Itália, é uma igreja octogonal, em estilo bizantino com figuras em mosaico, paradas ‒ mas vivas! não têm nada de morto! ‒ postas na contemplação sobre um fundo dourado, desligadas das circunstâncias concretas, numa espécie de abstração pura.

O estilo românico não se confunde com o estilo greco-romano presente nas igrejas mais antigas de Ravenna, como o oratório de Gala Placidia.

O estilo greco-romano é o estilo grego com pequenas adaptações feitas pelos romanos.

O estilo românico é uma adaptação do estilo romano feita pelos bárbaros.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Nossa Senhora do Espinheiro:
a basílica do milagre luminoso





Nossa Senhora do Espinho é uma basílica de bom tamanho, meio perdida na pradaria da Champagne, perto de Reims.

É uma zona até pobre. Se não desse o vinho Champagne era uma zona que até atrairia muito pouco.

Mas é uma construção ideal, um sonho. Há peregrinações locais àquela igreja, mais frequentes ou menos, mais concorridas ou menos.

Vendo as fotos a gente se sente meio arrebatado para uma clave que só as coisas da Idade Média têm, e mais nada tem.

É uma graça que a gente não sabe o que dizer. Mas que a Idade Média tinha.

Quem não recebe essa graça, não acha interesse na catedral de Nossa Senhora do Espinho. Então, o medieval lhe parece pesado e indigesto.

Esta atitude tacanha começou quando a luz da Idade Média se apagou pela influencia da Revolução.

domingo, 21 de dezembro de 2014

"Noite Feliz" nasceu numa noite de Natal numa capela esquecida


Em 24 de dezembro de 1818, a canção “Stille Nacht” (“Noite Feliz”) foi ouvida pela primeira vez na aldeia de Oberndorf (Áustria).

Foi na Missa de Galo na minúscula capelinha de São Nicolau.

Estavam presentes o pároco Pe José Mohr, o músico e compositor Franz Xaver Gruber com seu violão, e o pequeno coro da esquecida aldeia.

No fim de cada estrofe, o coro repetia os dois últimos versos.

Naquela véspera de Natal nasceu a música que passou a ser como um hino oficial do Natal no mundo todo.

Hoje se canta nas capelas dos Andes e no Tibete, ou nas grandes catedrais da Europa.

Há muitas histórias sobre a origem dessa canção. Entretanto, a verdadeira é simples e risonha como a canção ela própria.

CLIQUE PARA OUVIR



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Catedrais: templos por excelência para a Igreja Católica cantar o Natal



O Natal é cantado por todos os povos com seus estilos próprios, em Vladivostock, no Ceilão, no Pamir, ou em qualquer recanto do mundo. Porque a alma universal da Igreja Católica está em todas as latitudes.

Porém, a Igreja, Ela mesma, comemora o Natal com seu canto próprio: o cantochão, cantado a uma só voz, sem ritmo, sem acompanhamento, sem ornatos, aproveitando o som das palavras para sublinhar seu significado profundo.


Mas, transmitindo uma alegria serena que sobe diretamente ao Céu, um recolhimento que exclui todas as coisas da Terra, sem agitação nem folia, dizendo com toda naturalidade o que tem a dizer.

O cantochão é a voz da Igreja cantando o dom do Espírito Santo, que Deus a ela comunicou por meio de Nossa Senhora.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Faça uma visita virtual à catedral de EXETER, Inglaterra

CLIQUE NA FOTO
Se seu email não visualiza corretamente a imagem embaixo CLIQUE AQUI

Dependendo da conexão a visualização levará alguns segundos para começar (fechar a janelinha inicial clicando em 'close Window')

Veja vídeo


A catedral de Exeter está dedicada a São Pedro

Pode parecer paradoxal que uma catedral hoje em uso pelos protestantes anglicanos esteja consagrada ao Príncipe do Apóstolo contra o qual se revoltaram os chefes protestantes na pessoa do legítimo sucessor de Pedro, o Papa.

Porém é tal o prestígio da Igreja Católica que esses revolucionários que se apropriaram indevidamente da catedral católica não ousaram mexer com a dedicatória.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Rocamadour, santuário símbolo de fé
encravado na rocha – 2

Continuação do post anterior

O fato é que, 400 anos depois da sua descoberta, o corpo continuava intacto, como testemunha uma paroquiana falecida em 1632, que viu o corpo glorioso de santo Amadour “todo inteiro, em pele e osso, como no dia em que ele morreu”.

Essa piedosa centenária também foi testemunha da tentativa frustrada dos protestantes huguenotes, que queriam fazer uma grande fogueira para queimar o corpo do santo. “Mas Deus não o permitiu”. Entretanto, eles fizeram em pedaços a urna de prata e roubaram o precioso tesouro.

No espírito das pessoas do povo, o fiel servidor de Maria Santíssima esperava assim o dia da ressurreição dos mortos. E se voltavam para a Virgem Negra, que realizava tantos milagres. Ela é apresentada como o Trono da Sabedoria encarnada, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, que Ela tem sobre seus joelhos.

Um livro do santuário contém 126 relatos de milagres atribuídos a Nossa Senhora de Rocamadour, delicadamente ilustrados com desenhos representando as cenas de tais milagres.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Rocamadour, santuário símbolo de fé
encravado na rocha – 1

Wilson Gabriel da Silva

Pouco mais que uma aldeia, Rocamadour surge como um sonho das neblinas do vale. Se o célebre Monte de São Miguel – le Mont St-Michel, diz-se na França – aparece como uma montanha sagrada apontando para as nuvens, Rocamadour brota das entranhas da terra e das próprias pedras em busca do céu. Não é sem razão que Rocamadour significa “o rochedo de Amadour”.

Mas, quem foi Amadour, aliás, Santo Amadour?

Segundo a tradição ou a legenda (pois os documentos são escassos), Amadour não foi outro senão Zaqueu, o publicano do Evangelho.

Se a antiga Gália, depois reino de França, tornou-se a filha primogênita da Igreja, não foi sem razão. Para o seu território migraram vários discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo, entre eles Lázaro, o ressuscitado, e suas irmãs Marta e Maria, a Madalena, os quais desembarcaram em Saintes-Maries-de-la-Mer, antigo porto perto de Marselha.

O evangelho de São Lucas é bastante claro: Zaqueu era rico, o que não o torna simpático aos demagogos da pobreza, tão em voga em nossos dias…

Depois da Paixão e Morte de Nosso Senhor, ele teria servido a Nossa Senhora. E, aconselhado por Ela, tomado o destino de outros emigrantes da Terra Santa, indo buscar refúgio na Gália.

Uma legenda diz que Zaqueu teria-se casado com a Verônica, que enxugou a Sagrada Face de Jesus durante a Paixão. E que, após a morte da esposa, teria procurado a solidão para viver como eremita em alguma caverna a meia altura das paredes rochosas de um desfiladeiro, em cujo leito corre um pequeno riacho.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

AACHEN 2: catedral de insignes relíquias e do trono de Carlos Magno




Continuação do post anterior




Carlos Magno enriqueceu a catedral de Aachen com relíquias extraordinárias.

Na urna da Santíssima Virgem Maria (Marienschrein) se encontram a túnica que Nossa Senhora usou no Natal, os panos com que envolveu o Menino Jesus, o tecido menor que Cristo usou durante a Crucifixão, e o tecido em que foi envolvida a cabeça de São João Batista após sua decapitação.

Numa outra urna (Karlsschrein) igualmente rica e de análogo estilo se conservam os ossos do próprio Carlos Magno. Esses ossos foram objeto de uma longa e severa análise que confirmou sua autenticidade.

Veja mais em: Reconhecidos os ossos do “Pai da Europa”: Carlos Magno

Essas relíquias, mais os ossos de Carlos Magno conservados em outro precioso relicário, são expostas cada sete anos.

No ano de 2014, 1200º aniversário da morte de Carlos Magno foram mais uma vez exibidas solenemente para a veneração popular.

A capela octogonal inclui um segundo andar rematado por uma cúpula com mosaicos bizantinos.

O atual telhado em gomos é um acréscimo barroco.

Oito grandes pilares gêmeos definem o octógono.

O piso superior apresenta, entre cada pilar, uma divisão feita por duas colunas mais finas.

Esse piso superior abre-se para o octógono e está todo coberto de mosaicos.

Os mosaicos da cúpula têm como tema Cristo em Majestade, sentado no trono ladeado por dois anjos e vinte e quatro reis oferecendo as suas coroas a Deus.

A imagem é do Livro do Apocalipse de São João e glorifica o triunfo definitivo de Jesus Cristo no Fim dos Tempos.

O simbolismo é claro: Carlos Magno e os imperadores do Sacro Império deviam se empenhar ativamente pela vinda desse império divino final na consumação dos tempos.

Também no segundo nível, onde iniciava a área do soberano, encontra-se o trono de Carlos Magno.

O trono pode parecer até demasiado simples para a importância que ele teve na História.

Foi feito com placas de mármore que segundo a tradição teriam sido tiradas do pretório de Pilatos, em Jerusalém.

Pois o imperador era também o vingador de Jesus Cristo, devia fazer respeitar na terra os direitos de Cristo Rei e tornar real o seu reinado.

O trono está sobre seis degraus como o trono de Salomão descrito no Antigo Testamento.

Tudo indica que este é o trono original de Carlos Magno.

Está no local mais alto da capela de onde o imperador podia seguir a Missa.

Carlos Magno fez vir de Roma e Ravenna as elegantes colunas de capitéis coríntios do segundo piso.

Elas estão distribuídas em dois níveis de altura e percorrem o perímetro do octógono.

Foram roubadas 1794 pelo exército da Revolução Francesa, mas foram recuperadas parcialmente em 1814.

Algumas ficaram no Museu do Louvre.

Atualmente a catedral expõe vinte e duas das colunas originais.

Carlos Magno decidiu generalizar a educação no império, restaurando antigas escolas e fundando novas.

Essas novas escolas podiam ser monacais, sob a responsabilidade dos mosteiros; catedrais, junto à sede dos bispados; e palatinas, junto às cortes.

Dessa época até hoje provém a tradição universitária de Aachen e o papel educativo da catedral.


O 1200º aniversário da coroação de Carlos Magno





GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS

quarta-feira, 9 de julho de 2014

AACHEN: catedral intimamente ligada a Carlos Magno e ao Sacro Império


Uma cidade fundada pelos romanos no século I em virtude das águas termais do local haveria de se transformar numa das capitais mais célebres da Europa, hoje em território da Alemanha próxima à fronteira da Bélgica e dos Países Baixos.

Os romanos a batizaram de Aquae-Grani (de que derivou Aquisgrano ou Aquisgrão em português; Aachen em alemão e Aix-la-Chapelle em francês), porque os romanos tinham a superstição de que o deus Apolo Grano protegia os banhos.

Pepino o Breve, rei dos francos, gostava muito da cidade e erigiu nela uma capela para custodiar preciosas relíquias.

Seu filho Carlos Magno – que provavelmente nasceu em Aachen no ano 742 e que nela veio a falecer em 28 de Janeiro de 814 – fez dela a capital do Sacro Império Romano-Germânico.

O prestígio de Carlos Magno é tão grande, que sua catedral virou a sede da coroação dos imperadores.

A eleição era feita em Frankfurt, mas a coroação devia acontecer em Aachen como sinal da continuidade com o grande Carlos. No total, 32 imperadores foram coroados na catedral até o século XVII.

Torre de entrada da catedral de Aachen
Torre de entrada da catedral de Aachen
Na época carolíngia as únicas cidades que competiam com Aachen eram Roma – pela sua importância religiosa e política – e Ravenna pelos seus tesouros arquitetônicos, artísticos e históricos.

Aachen foi, de todas as cidades da Europa, a mais habitada e visitada por imperadores, reis e estadistas.

Nela foram realizados, igualmente, vários concílios, sínodos e dietas, e solucionaram-se diversas questões políticas.

A Catedral está ligada indissociavelmente a Carlos Magno primeiro imperador do Sacro Império Romano Alemão instituído pelo Papa Leão III durante a missa de Natal em Roma, em 25 de dezembro de 800.

Carlos Magno ordenou a construção da catedral no local da antiga capela por volta de 790 e foi nela sepultado em 814.

A catedral é hoje o resultado de acréscimos e modificações feitas ao longo dos séculos.

É a mais antiga catedral do norte da Europa e além de ter sido, na sua fase inicial, e durante séculos, o edifício mais alto a norte dos Alpes.

A capela original, de influência bizantina e germânica, pertencia ao palácio, sendo conhecida como capela palatina.

Os elementos góticos e posteriores deram numa fusão de estilos da arquitetura cristã.

Na época de Pepino o Breve e Carlos Magno era comum a existência de diversas residências reais. O rei ou imperador se deslocava pelo território para garantir a autoridade, ter encontros com os grandes senhores e bispos, etc.

Carlos Magno mandou erigir um palácio para usar nas suas estadias, mas o seu gosto pela região, a grande extensão de florestas, a caça abundante e as águas termais, levaram ele a estabelecer sua residência permanente.

Aachen virou assim o centro cultural e religioso do Império.

As dependências do palácio foram construídas em madeira, como era costume nos primórdios da Idade Média e não sobreviveram até nossos dias.

Mas Carlos Magno substituiu a capela para relíquias de Pepino pela capela palatina em pedra que é atualmente o corpo central da catedral.

Cúpula da catedral octogonal. As colunas pertencem ao segundo andar.
Cúpula da catedral octogonal. As colunas pertencem ao segundo andar.
O modelo foi a Basílica de São Vital em Ravenna.

Materiais como os mármores para as colunas e os bronzes para as grades no seu interior foram importados de Itália, seguindo as instruções de Carlos Magno que queria civilizar seus povos.

A capela, mandada erigir pelo pai de Carlos Magno custodiava uma relíquia da capa de São Martinho de Tours, tal vez o santo mais venerado naqueles remotos séculos. Da palavra capa provém o termo capela.

Para os construtores escolhidos pelo imperador, a nova capela deveria ser a imagem da Nova Jerusalém, onde reina Carlos Magno o representante de Deus na Terra, e Aquisgrão devia ser um reflexo de Roma na ordem temporal. O mestre de obras foi Otão de Metz.

A planta tem oito lados porque o número oito simboliza o poder celestial na Terra, o dia após o sétimo dia da criação, a ressurreição de Cristo e o começo da perfeição.

O octógono já era símbolo da perfeição na Antiguidade, e simboliza a fusão entre o infinito, o céu (círculo) e a área delimitada, os quatro pontos cardeais terrenos (quadrado).

Posteriormente foi adicionado no lado ocidental um conjunto conhecido por Westwerk, no então novo estilo gótico com duas torres.

No século XIV foi edificada a atual torre principal, com capelas laterais góticas na zona alta para albergar relíquias.


O 1200º aniversário da coroação de Carlos Magno


Continua no próximo post


GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Voltar a 'Glória da Idade MédiaAS CRUZADASCASTELOS MEDIEVAISORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAISHERÓIS MEDIEVAISCONTOS E LENDAS DA ERA MEDIEVALA CIDADE MEDIEVALJOIAS E SIMBOLOS MEDIEVAIS