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terça-feira, 30 de julho de 2019

As almas que fizeram as catedrais.
São Vaast: bispo do fogo sagrado

São Vaast expulsa o lobo da igreja.
São Vaast expulsa o lobo da igreja.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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política internacional,
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Quando se fala das catedrais poucas vezes o relato se detém para descrever os homens que as fizeram ou inspiraram.

Entretanto, sempre que se analisa uma obra de arte, um dos primeiros elementos a considerar é o nome do artista, a época em que viveu, os fatos ou estilos que condicionaram suas realizações.

Mas fala-se pouco dos autores ou inspiradores dessas obras supremas da arte que são as catedrais, que de alguma maneira resumem em si todas as outras artes.

Pode se alegar que as catedrais demoravam muito para ser completadas – até algumas ficaram inconclusas – e portanto houve muitos propulsores.

Mas, vasculhando a história é possível identificar almas inspiradoras que pela sua grandeza lançaram os fundamentos de cada catedral e as marcaram para sempre.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Basílica de São Marcos em VENEZA:
jóia do estilo bizantino


Luis Dufaur
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A primeira fotografia apresenta uma visão interna da nave central da célebre Basílica de São Marcos, em Veneza, num horário favorável, em que ela está inteiramente vazia.

É preciso familiarizar-se com o estilo desse templo religioso: o bizantino.

Sua planta tem a forma da chamada cruz grega, isto é, cruz cujas quatro extremidades ou braços têm a mesma extensão.

A ideia da cruz, do sacrifício, da morte, e, portanto da Redenção infinitamente preciosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, fica simbolizada artisticamente de modo muito adequado pela disposição da nave central, das naves laterais e suas respectivas cúpulas.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Restaurador-chefe de Notre-Dame a quer idêntica ao que era

Restaurador-chefe de Notre-Dame a quer idêntica ao que era
Restaurador-chefe de Notre-Dame a quer idêntica ao que era
Luis Dufaur
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O arquiteto chefe da restauração de Notre-Dame de Paris, Philippe Villeneuve, defendeu em entrevista ao quotidiano “Le Figaro” a reconstrução da agulha da catedral “à l'identique” (de modo idêntico ao que era).

Nisso contrariou a vontade do presidente Emmanuel Macron que favorece “uma reconstrução inventiva”, leia-se que deturpe com elementos extravagantes essa relíquia da Cristandade.

“Para min, não somente deve se refazer a agulha, mas é preciso refazê-la idêntica ao que era, justamente para que ela não se relacione com uma data”, declarou o arquiteto chefe dos monumentos históricos, responsável da restauração da catedral desde 2013.

“Além do mais, o Tratado de Veneza nos impõe restaurar os monumentos históricos no último estado em que foi conhecido”, sublinhou o arquiteto se referindo ao tratado internacional de 1964 sobre a restauração de monumentos.

Para Villeneuve, “a grande força da agulha obra mestra de Eugène Viollet-Le-Duc, é que não está relacionada a uma época. Ela se integrava numa obra mestra medieval do século XIII. É isso que nós devemos procurar”.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Chartres e a reconstrução prodigiosa
filha da graça da penitência

Luis Dufaur
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Continuação do post anterior: Chartres, a catedral renascida das cinzas, exemplo para Paris





Entusiasmo, dedicação e penitência


Para restaurar a catedral na Chartres de 1194, um entusiasmo jamais visto se irradiou até os campos, contagiou o país e o outro lado do Canal da Mancha.

O Livre des Miracles de Notre Dame, escrito na época, descreve uma epopeia coletiva, onde multidões vieram oferecer seu trabalho.

Ricos e pobres empurravam carroças carregadas de pedras e material de construção, mas também de vinho, trigo e alimentos para os voluntários engajados no imenso canteiro de obras.

Reviviam-se assim as jornadas de 1144, durante a construção das torres e da fachada.

Robert de Torigni, abade do Monte Saint-Michel, escreve em sua Crônica:

“Viram-se em Chartres fiéis que se atrelavam a carros carregados com pedras, madeira, trigo e tudo o que poderia ser utilizado nos trabalhos da catedral, cujas torres cresciam como por arte de magia.

“O entusiasmo tomou conta da Normandia e da França: em todos os lugares se viam homens e mulheres a arrastar fardos pesados através de pântanos lamacentos; por toda parte se fazia penitência; em todo lugar perdoavam-se os inimigos”.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Chartres, a catedral renascida das cinzas,
exemplo para Paris

Incêndio da catedral de Chartres em 4 de junho de 1836.  François Alexandre Pernot (1793-1865). Musée des Beaux-Arts de Chartres.
Incêndio da catedral de Chartres em 4 de junho de 1836.
François Alexandre Pernot (1793-1865). Musée des Beaux-Arts de Chartres.
Luis Dufaur
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Deus costuma escrever certo por linhas tortas — é o que a sabedoria popular ensina aos nossos atribulados dias.

E na História, mestra da vida, os exemplos são incontáveis: muitas enfermidades levaram pecadores a abandonar seus pecados; insensatos recuperaram o juízo, ante os desastres que provocaram; catástrofes foram anunciadas por Nossa Senhora em Fátima, no final das quais os homens abandonariam os maus costumes; mais próximo de nós, o incêndio que devorou o telhado da catedral de Notre Dame de Paris já inspira reações benéficas em não poucos.

Em que sentido?

Lendo o historiador da arte Émile Mâle (1862-1954) — membro da elite suprema da intelectualidade universal, que é a Académie Française — uma pergunta me ficou na cabeça, e seguramente se apresenta na de muitos católicos: por que a Providência teria permitido que um fogo com furor infernal devorasse o teto de um símbolo tão sublime da Igreja Católica?


Incêndio que afervora católicos tíbios

Aquele ditado da sabedoria popular tem uma confirmação nos escritos, visões e ensinamentos de uma das maiores místicas da França, Marie des Vallées (1590-1656), que foram anotados por São João Eudes e adotados por São Luís Maria Grignion de Montfort, o grande mestre da devoção a Nossa Senhora.

São Luís Maria Grignion de Montfort: “Ah!, permiti-me bradar por toda parte:
fogo, fogo, fogo! Socorro, socorro, socorro!
Fogo na casa de Deus, fogo nas almas, fogo até no santuário!”
Ela ardia de zelo pela causa de Deus, e clamava para que fossem expulsos da Terra os demônios e seus sequazes mais próximos (sem meios termos, ela os denominava bruxos).

Renovando fervorosamente esse pedido à Santíssima Trindade e a Nossa Senhora, a resposta negativa de Deus Pai foi simplesmente: “NÃO!”.

Isto me deixou pasmo, pois os raciocínios humanos são pobres, sobretudo quando desamparados pela perspectiva histórica com que Deus conduz os eventos humanos.

O próprio São João Eudes não conteve a sua admiração, e concluiu: “Pelo seu poder admirável, e por uma bondade incomparável, Deus forçará os nossos inimigos a contribuir para a nossa salvação”.

Os inimigos a que se referia São João Eudes são os demônios e seus asseclas, e ele pensava no abalo universal que Deus previa para salvar os bons desanimados, desconhecedores do satânico processo revolucionário que naquela época já corroía ativamente até os melhores, mas ainda de maneira secreta.

Olhando as imagens do incêndio de Notre Dame, notadamente a queda de sua simbólica agulha, podia-se imaginar demônios soprando as chamas e atiçando-as contra a casa de Nossa Senhora (ainda se discute se houve participação humana, da qual há indícios, talvez de alguns muçulmanos suspeitos mas não identificados).

Marie des Vallées ouviu também Deus Pai dando ordens aos diabos: “Ide! Eu vos envio como trombetas para acordar os meus filhos que estão adormecidos na sombra da morte” (isto é, do pecado).

As outras pessoas da Santíssima Trindade, e também Maria Santíssima, falaram no mesmo sentido, e ao final foi dada uma ordem aos demônios: “Ide, como soldados encolerizados, prender aqueles que não quererão se converter”.

São João Eudes acrescenta que os diabos saíram para cumprir essa missão na Terra.

Chartres restaurada identica ao modelo queimado.
Chartres restaurada identica ao modelo queimado.
Mas, assim agindo, farão os homens ruins ou relaxados “sofrer tantos tormentos, que se sentirão como se estivessem obrigados a fazer penitência”. Lembremos que penitência foi o grande pedido de Nossa Senhora em Fátima!

Algo disso não explicaria as tragédias e as dores que sofremos coletivamente? E não se daria o mesmo na nossa vida individual?

Reconstrução de Chartres – exemplo de fé

Meditando nisso, voltei ao erudito livro Notre Dame de Chartres, e Émile Mâle.

A atual catedral é um dos mais imponentes edifícios góticos da Europa, e é consagrada a Nossa Senhora.

Foi reconstruída sete vezes, cada vez maior, mais bela e mais sacral.

Conduzido por um guia, pode-se ver até os fundamentos da primeira humilde catedral.

A atual surgiu sobre as ruínas da sexta reedificação.

Essa havia sido levantada pelo bispo D. Fulberto (970-1028), no início do século XI, e foi restaurada por Santo Ivo (1040-1115).

Pouco antes da metade do século XII, foi feito um campanário separado da igreja, correspondendo à atual torre norte, em estilo românico, completada no século XVI por uma flecha gótica.

Segundo Émile Mâle, as gerações que fizeram as cruzadas tinham amor à grandeza, e o senso da simetria os levou a erguer, do lado sul, um campanário similar.

Decidiu-se que as duas torres não ficariam isoladas, e que a catedral seria ampliada até incluí-las.

Chartres, catedral atual restaurada identica após numerosos incendios
Chartres, catedral atual restaurada idêntica após numerosos incendios
A nova fachada seria ainda mais magnífica, com esculturas que a tornariam deveras digna de Nossa Senhora.

A fachada antiga foi desmontada pedra por pedra, e refeita unindo as duas torres, ampliando assim a catedral.

Essas altas torres em louvor à Santa Mãe de Deus suscitaram até na Inglaterra um entusiasmo atestado por muitos relatos da época.

Notre Dame de Chartres era o maior santuário mariano da Cristandade, cujo maior tesouro é o véu de Nossa Senhora, uma relíquia venerada até hoje.

De modo similar, Notre Dame de Paris conservou a Coroa de Espinhos desde que a Revolução Francesa depredou a Sainte Chapelle, construída para guardar essa santa relíquia.

Em 11 de junho de 1194, um pavoroso incêndio consumiu o teto de Chartres, que era feito em madeira como o de Notre Dame de Paris.

O velho edifício ardeu durante três dias, sendo comparativamente bem maior que o de Paris.

Em 1506, mais um fogo violento chegou a derreter até os sinos.

O telhado de Chartres voltou a ser abrasado em 4 de junho de 1836, quando as chamas atingiram 15 metros de altura.

Mas os bombeiros conseguiram salvá-lo, e dois anos depois ele estava refeito; contrariando o “desejo” da imprensa, que havia declarado a destruição “irreparável”. Houve ainda tempestades de raios que atingiram a torre sul em 1539, 1573 e 1589; e contra a agulha, como agora em Paris, em 1701 e 1740.

O incêndio de 1194 foi furiosamente impiedoso.

O véu de Nossa Senhora sai da catedral em procissão.
O véu de Nossa Senhora sai da catedral em procissão.
Só poupou a fachada ainda descolada da nave, e devorou boa parte da cidade (até hoje, em lojas e casas, há restos subterrâneos da velha cidade salvos do fogo).

Mas Émile Mâle narra que a sofrida população não se angustiou tanto com suas perdas.

Apinhada diante da catedral fumegante, e com lágrimas nos olhos, o que todos queriam saber era como se encontrava o véu de Nossa Senhora, mas não era ainda possível ingressar no recinto.

De repente, como numa visão sobrenatural, viram sair uma procissão de dentro do amontoado de pedras calcinadas.

Eram sacerdotes levando nos ombros o grande relicário, com o véu surpreendentemente preservado.

Os clérigos de Chartres haviam corrido para salvar a relíquia, mas ficaram envoltos pelo fogo e se refugiaram na cripta inferior, até que pudessem sair.

A alegria foi imensa.

No momento, o bispo, os cônegos e os homens ricos da região engajaram parte de suas fortunas e proventos para erigir uma nova catedral, ainda mais admirável.

O mesmo gesto de generosidade que se repetiu agora, por numerosos milionários, empresas e particulares do mundo todo, em favor da restauração da catedral parisiense.


Continua no próximo post: Chartres e a reconstrução prodigiosa filha da graça da penitência




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terça-feira, 7 de maio de 2019

Heroico sacerdote entre as chamas de Notre Dame

O Pe. Jean-Marc Fournier resgatou a Santa Coroa de espinhos de Jesus Cristo © Etienne Loraillère-KTOTV
O Pe. Jean-Marc Fournier resgatou a Santa Coroa de espinhos de Jesus Cristo
© Etienne Loraillère-KTOTV
Luis Dufaur
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O Pe. Jean Marc Fournier é capelão-chefe dos bombeiros de Paris. Ele foi formado na Fraternidade Sacerdotal São Pedro e também foi capelão das tropas francesas em ação no Afeganistão.

Os bombeiros na Franca estão na área militar e por isso quando passou a se desempenhar como capelão deles, também passou canonicamente da Fraternidade São Pedro à jurisdição militar.

Ele se encontrava de plantão no momento que estourou a alarme pelo incêndio de Notre Dame e acorreu com os bombeiros para cumprir seus deveres sacerdotais para com os socorristas e eventuais vítimas.

Mas ele discernia que a principal vítima do fogo poderia ser o próprio Jesus Cristo presente verdadeiramente no Ssmo Sacramento. E, em graus diversos menores nas preciosas relíquias custodiadas na catedral de Paris.

Nesta nossa época de tanto indiferentismo e relativismo, e até ateísmo, a Divina Vítima corria o risco de ser esquecida até pelos seus custódios naturais que são as autoridades eclesiásticas da catedral presididas pelo Cardeal arcebispo de Paris.

Ninguém tinha feito qualquer coisa por Ele.

terça-feira, 23 de abril de 2019

Se a catedral de Notre Dame falasse, o quê diria?


Luis Dufaur
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Como seria a catedral de Notre Dame se ela pudesse ter sentimentos e falar?

Ela sem dúvida não seria do tipo de pessoa que ri a toda hora.

Mas seria do tipo de homem que tem dentro da alma, uma forma de grandeza e de bem-estar que pode coexistir com os maiores tormentos e as maiores angústias.

É um estado de elevação, de sublimidade, de afabilidade, de benignidade. Com esse estado ele se sente capaz de todas as grandezas; desde as maiores até as menores.

Contra o mal, o feio e o ruim ele se sente capaz de todas as intransigências; das maiores às mais miúdas.

Mas, também, de todas as paciências, bondades, flexibilidades, adaptabilidades ao que não é mal.

Porque, ao mal, ele resiste sempre, luta sempre, não dá nem tréguas nem quartel.

Mas é capaz de todas as formas de afabilidade, de transigência, de bondade muda, para aquele que não é mau.

Por detrás desse estado de espírito encontra-se a verdadeira alegria. Que não é a vontade de rir, mas é sentir-se em harmonia com Deus Nosso Senhor.

terça-feira, 16 de abril de 2019

O rosto de Jesus Cristo impresso em Notre Dame

A Paixão de Cristo e a Paixão da Igreja em nossos dias
A Paixão de Cristo e a Paixão da Igreja em nossos dias
Luis Dufaur
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“Eu não posso me esquecer que uma das viagens que eu fiz a Paris, eu cheguei à noitinha. Jantei, e fui imediatamente ver a Catedral de Notre-Dame.

Era uma noite de verão, não extraordinariamente bonita, comum.

A Catedral estava iluminada, e o automóvel em que eu vinha passava da rive gauche para a ilha, e eu via a Catedral assim de lado, e numa focalização completamente fortuita.

Ela me pareceu desde logo, naquele ângulo tomado assim, se acaso existisse ‒ em algum sentido existe ‒ eu diria que é tomado ao acaso, eu olhei e achei tão belo que eu fiquei com vontade de dizer ao automóvel:

terça-feira, 9 de abril de 2019

Do alto da catedral: o sorriso e a benção de Nossa Senhora para a Cristandade medieval


Luis Dufaur
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Em Notre Dame é muito agradável, ao menos para os meus olhos, o contraste entre a altura da Catedral e a largura.

Ela é esguia, muito mais alta do que larga. De maneira que tendo uma boa largura — não pode de nenhum modo ser chamada de um edifício frágil — ela é graciosa, leve, mas tem um quê de fortaleza que é absolutamente incontestável.

Ela nos fala da plenitude do espírito da Idade Média.

Espírito hierático, sacral, hierárquico, ordenado, todo voltado para o que há de mais alto, em que a maior seriedade se combina bem com a graça mais leve e com a delicadeza mais extrema.

Os mais belos aspectos da alma católica aparecem a todo propósito em todos os ângulos da Catedral.

Essa é a Catedral de Notre Dame.

É ou não é verdade que se tem a impressão que cenas desenroladas nessa Catedral ainda estão vivas?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Capela de Karlstein: vocação do mundo germânico e eslavo, degustação do Céu

Na Grande Torre do castelo de Karlstein, a capela da Santa Cruz.
Na Grande Torre do castelo de Karlstein, a capela da Santa Cruz.
Luis Dufaur
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A capela da Santa Cruz, no castelo de Karlstein, hoje na República Checa é uma lição viva de muitas grandes e nobres realidades.

Veja também o post anterior: Karlstein: a capela nobre que encarna a gravidade com o ornato

Toda incrustada de pedrarias, é uma amostra do que deveria ter sido o mundo teutônico imperial.

O mundo germânico tem a vocação de evangelizar o mundo oriental, aliás dominado pela Rússia cismática.

Ele não deveria ter se engajado nas devastadoras guerras contra a Europa Ocidental, notadamente contra a França sua vizinha.

Deveria ter voltado suas extraordinárias energias para converter e civilizar a Rússia. Teria assim levado a Religião Católica até as praias do oceano Pacífico.

Em alguma medida isso foi feito pelos gloriosos e míticos cavaleiros da Ordem Teutônica.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Karlstein: a capela nobre que encarna a gravidade com o ornato


Luis Dufaur
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A capela do castelo de Karlstein, próximo à cidade de Praga, construído em 1348 por Carlos IV, Imperador do Sacro Império Romano Alemão e Rei da antiga Boêmia é simplesmente fabulosa.

É de um gênero com aparência de capela, recinto de uso social e também sala de armas.

Ela está consagrada à Santa Cruz.

Pode-se perfeitamente entoar nela o cantochão e rezar o Ofício.

Um órgão, sendo tocado aqui, ficaria muito bem. Trombetas, sinos...

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

RAVENNA: a pompa hierática da Igreja

Sant'Apollinare in Classe, Ravenna, Itália
A Santa Cruz e o Bom Pastor. Sant'Apollinare in Classe, Ravenna, Itália
Luis Dufaur
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Nas basílicas de Ravenna vê-se propriamente o que é a pompa hierática e valor do hieratismo na Igreja.

Ravenna foi a terceira capital do Império Romano do Ocidente (402-476), depois de Roma e de Milão (286-402).

Aí o último imperador romano, Rômulo Augusto foi destronado por Odoacro.

Teodorico o Grande, rei bárbaro, a elegeu como sua capital, embelezando-a com elementos arquitetônicos bizantinos e elevando-a à outrora grandeza imperial no século V, pleno início da Idade Média.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

ROUEN: a glória de Deus cantada pela flecha de um templo altaneiro


Luis Dufaur
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Rouen, a cidade onde Santa Joana d'Arc foi martirizada pelos ingleses, possui uma das catedrais góticas mais belas da França.

Na ilustração da catedral, observe seu enorme impulso rumo ao céu.

A torre vai se adelgaçando, e dir-se-ia que a sua ponta vai se transformando em céu.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

O simbolismo das catedrais góticas

Luis Dufaur
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O simbolismo das catedrais escapa ainda à ciência moderna, embora nos últimos anos se tenha dado um grande passo em frente, graças sobretudo aos trabalhos admiráveis de Emile Mâle.

Descobriu-se recentemente o simbolismo das pirâmides do Egito, e deve-se ver nelas o testemunho de uma ciência muito profunda, de autênticos monumentos de geometria, matemática e astronomia, embora ressalvando os exageros de alguns ocultistas.

Resta-nos descobrir o simbolismo das catedrais, dessas igrejas familiares que são um apelo à oração, ao recolhimento, talvez à mais maravilhosa das sensações humanas, que é o espanto.

Estamos longe de dominar o seu segredo.

Ainda não penetramos a fundo no porquê dos pormenores de arquitetura ou de ornamentação que as compõem, apenas sabemos que todos esses pormenores tinham um sentido.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Hierarquia de trabalhos e sacralidade
na catedral de BURGOS


Luis Dufaur
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Na catedral de Burgos se percebe bem o valor conjunto de três trabalhos humanos:

‒ o trabalho manual de quem esculpiu isso,

‒ o trabalho artístico de quem desenhou,

‒ o trabalho diretivo de quem resolveu fazer a catedral, encomendou os desenhos.

Qual dos três trabalhos é o mais nobre?

A catedral foi construída pelo rei de Castela São Fernando III. Quer dizer, foi um grande Santo exercendo sua capacidade ordenativa.

Burgos catedral vista geral.Do ponto de vista da nobreza de todas as coisas vistas a partir de Deus, evidentemente o trabalho ordenativo é o mais nobre. O mais modesto desses trabalhos é o manual.

Entretanto, Nosso Senhor Jesus Cristo trabalhou com Suas próprias mãos. E foi, portanto, um artesão, de tal maneira Ele enobreceu mesmo o trabalho que por sua natureza é menos nobre.

Na catedral de Burgos, os senhores têm Deus como Criador e Governador do universo é representado por São Fernando.

Depois, Deus enquanto Autor de toda beleza, é representado por quem fez os desenhos.

E Deus enquanto força do universo, por onde tudo se constitui e tudo se mantém segundo os planos da Sabedoria dEle, é representado pelo trabalhador manual.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra em 2.9.72. Sem revisão do autor.)





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