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terça-feira, 5 de agosto de 2025

No Brasil, o maior sino do mundo

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Após um longo percurso — saindo por via marítima da Polônia, até tocar o Porto de Santos, em São Paulo —, o maior sino do mundo, batizado de “Vox Patris”, chegou à Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), onde fez ouvir por primeira vez sua voz.

Ele de tal maneira encantou os mais de 10 mil fiéis presentes, que estes pediram à Basílica para adicionar mais um horário em que ele seja badalado.

Os devotos externaram o profundo sentimento que o som do “Vox Patris” provocou em seus corações.

Análogas manifestações de sentimento e fervor religioso puderam ser observadas nas várias cidades pelas quais o sino passou, transportado por uma imensa multidão ao longo de aproximadamente mil quilômetros.

Sobre o simbolismo dos sinos, assim se expressou Mons. Jean-Joseph Gaume (1802-1879), célebre por sua ciência teológica :

“A sua voz proclama os grandes mistérios do Cristianismo, aumenta a devoção dos cristãos para cantarem novos cânticos na assembleia dos santos, e convidará os anjos a tomarem parte nos seus concertos.

“O sino faz tudo isto, porque esta missão lhe é confiada em nome d’Aquele que possui todo o poder no Céu e na Terra”.Mons. Jean-Joseph Gaume, L’Angelus au dix-neuvième siècle, Editions Saint-Remi, 2005)



Segundo o fabricante do “Vox Patris”, o sino produz um som de 120 decibéis, podendo se propagar num raio de até 10 km. Ele é o maior sino de badalo do mundo, pesando 55 toneladas.

Para que tanto volume? 

Voltemos a Mons. Gaume: “Cada badalada faz retinir ao longe os dois mistérios da morte e da vida — alfa e ômega —, necessários para orientar a vida do homem e consolar suas esperanças”.

É por isso que no ato de batismo do sinos “o bispo asperge o sino com água benta, conferindo-lhe o poder e o dever de afastar de todos os lugares onde seu som repercutir, as potências inimigas do homem e de seus bens: os demônios, os redemoinhos, o raio, o granizo, os animais maléficos, as tempestades e todos os espíritos de destruição”.

Nas redes sociais, fiéis também externaram o encantamento com o sino, como o internauta que falou sobre a expectativa da idosa mãe para escutar seu primeiro badalar, após tantos anos em que tantos sinos foram silenciados em holocausto a uma modernidade mal entendida, introduzida em muitas Igrejas.

“Minha mãe de 94 anos foi nesse momento ao lugar aonde seus pais chegavam de carro de boi para os festejos nos anos 30, 40 e 50!”

Outro fiel comentou: “É como se o coração da Romaria começasse a bater ali, anunciando que algo sagrado está prestes a acontecer”.

Mons. Gaume endossa essa atitude: “Um fato pouco notado é o amor dos verdadeiros filhos da Igreja ao sino e o ódio que lhe votam os inimigos de Deus.

“Uma das mais doces alegrias de nossos pais, ao se libertarem da Revolução Francesa, foi ouvir os sinos, emudecidos durante muitos anos. Nossos pais, na hora do perigo, faziam ouvir pelo Pai Celeste o som dos sinos, seu primeiro grito de alarme. O Senhor não permanecia muito tempo insensível à voz de seu povo”.

“É à Igreja que devemos o sino. A Igreja o ama como a mãe ama seu filho.

Logo que ele veio ao mundo, a Igreja o batizou e fez dele um ente sagrado. Porque o sino é destinado a cantar tudo o que há de santo e de santificante na Terra e no Céu”.

Por isso, na hora de batizá-lo, “o bispo, dirigindo-se ao próprio sino, o dedica a um santo ou a uma santa do Paraíso, dizendo-lhe, com uma espécie de respeitosa ternura: ‘Em honra de São [nome], a paz doravante esteja contigo, estimado sino’”.

“Cumpre que tenha também um padrinho e uma madrinha. O nome do sino é gravado abaixo da cruz em relevo, que o marca com o selo de Nosso Senhor e o consagra ao seu alto culto”. (Mons. Jean-Joseph Gaume, id. ibid.)
A sonoridade poderosa e solene do “Vox Patris” em seu primeiro toque inaugurou a Romaria do Divino Pai Eterno, que neste ano pode congregar entre quatro e seis milhões de peregrinos, segundo as previsões.


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