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terça-feira, 18 de outubro de 2022

O gótico é o fruto de séculos de pregação dos santos

Catedral de Bourges, França
Catedral de Bourges, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Sobre a origem dos vários estilos de arte, eu tenho a seguinte impressão:

Quando há uma sociedade – eu chamo ‘sociedade’ o corpo social inteiro – que vive em uníssono, e que deseja muito uma mesma coisa, aparecem os artistas que, imbuídos do mesmo desejo, fazem o que a sociedade quer.

E a obra de arte é uma consonância de alguns homens dotados de um talento especial para transformar em obra de arte o que a sociedade deseja.

Então, o que é que fez o gótico?

Quem o fez?

Houve sem dúvida artistas.

Mas, sobretudo, a prática da religião assídua, séria, reta, durante séculos, levou as almas a desejarem o gótico.

Em certo momento houve primeiro o artista, que não se sabe às vezes quem foi, que começou a desenhar o gótico.

Mercado de Natal junto à catedral de Colônia
Alguns defendem com fundamento que foi um monge beneditino cego, da abadia de Cluny, de nome Dom Gunzo.


Em qualquer caso, quando o artista apresentou o plano, todo mundo disse:

“É mesmo!”

E o gótico se espalhou pelo mundo inteiro.

É que ele era o estilo desejado, aguardado.

Sainte-Chapelle, Paris
É assim que eu qualifico o gótico: séculos e séculos e séculos de pregação feita pelos santos.

No estilo românico os artistas foram trabalhando, para acabar dando no gótico.

Porque o gótico está em gestação no românico.

E o gótico nasceu quando as primeiras ogivas floresceram, na boa ordem do estilo românico.



(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de conferência proferida em 13/10/79. Sem revisão do autor).





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terça-feira, 4 de outubro de 2022

A catedral de FLORENÇA: proporções e harmonia

Batistério, Catedral e Campanile de Florença
Batistério, Catedral e Campanile de Florença
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Este é o famoso Duomo de Florença, a catedral de Florença.

Ela é toda feita de mármore branco e preto.

A mesma coisa que nós encontramos nas fachadas laterais da Basílica de Orvieto.

Vê-se a oposição de estilos.

Florença, muito mais importante e rica do que Orvieto, ousou fazer para si uma catedral que não tem um mosaico na frente.

A superioridade dos habitantes de Florença, segundo o modo de entender deles, está em que, cores bonitas, mosaicos, etc., seriam enfeites fáceis, para imaginações débeis.

Cúpula sobre o transepto da Catedral
Por isso procuraram na catedral uma proporção perfeita entre a torre, o corpo da igreja, a abóboda com aquela torrezinha em cima e as naves laterais.

 Isso está sumamente bem calculado como estão bem calculadas nas portas as rosáceas, as ordens com colunatas, a rosácea grande, numa construção estética por eles reputada perfeita.

Então, a reflexão, o equilíbrio, a profundidade, zombam do ornato, do charme, da graça, e tem uma beleza autêntica que resiste à metralhagem dos olhares analíticos que querem encontrar um defeito.

A catedral parece dizer:

"Eis-me aqui, sem despojos nem maquiagem, eu sou eu, veja como sou linda."

A cúpula fecha muito belamente em cima.

Ela tem uma proporção bonita com a base branca sobre a qual ela se pousa.

Mas a meu ver, ela é muito pesadona para o conjunto do edifício.

A torre da Catedral tem um pequeno vestígio de gótico nas imagens que estão embaixo de ogivas.

Visão de conjunto da Catedral de Florença
Visão de conjunto da Catedral de Florença
É muito bonito ver como vai se afinando discretamente para cima.

É muito bonita na sua monocromia .

O branco está utilizado magnificamente.

Os vários espaços e dimensões, os vários ornatos das várias coisas, está perfeitamente bem posto.

O batistério é mais enfeitado e é muito bonito, tal vez um pouco empiriquitado.

Plinio Corrêa de Oliveira. Sem revisão do autor.


História e estilos da catedral de Florença

A Basílica de Santa Maria del Fiore é a catedral, ou Duomo, de Florença. Sua monumental cúpula é obra de Filippo Brunelleschi e o campanário de Giotto.

O nome (cuja tradução é Santa Maria da Flor) se refere ao lírio símbolo de Florença.

Na noite resplandecem aspectos medievais
da catedral de Florença
O atual Duomo de Florença foi construído durante seis séculos. O projeto original foi elaborado por Arnolfo di Cambio no final do século XIII, mas a fachada esperou até o século XIX para ser concluída.

Antigamente, no seu lugar estava a velha catedral dedicada a Santa Reparata, que tinha nove séculos.

Em 1293, Ser Mino de Cantoribus sugeriu substituir Santa Reparata por uma catedral que “a indústria e o poder do homem não pudessem inventar ou mesmo tentar nada maior ou mais belo”.

O projeto foi confiado a Arnolfo di Cambio em 1294, e a construção avançou até 1302 quando faleceu Arnolfo.

Em 1330, a descoberta do corpo de São Zenóbio em Santa Reparata, que ainda estava parcialmente de pé deu novo impulso à obra.

Em 1330, o famoso Giotto di Bondone concentrou suas energias na construção do campanário.

Sob Francesco Talenti, entre 1349 e 1359, fez-se um novo projeto para o Duomo. Santa Reparata terminou de ser demolida em 1375.

A Catedral foi consagrada pelo Papa Eugênio IV em 25 de março (o Ano Novo florentino) de 1436, 140 anos depois do início da construção.

A fachada original, desenhada por Arnolfo di Cambio, só foi terminada até o terço inferior.

Florença: o humanismo renascentista abafou
o espírito sobrenatural medieval original
Esta parte medieval foi desmantelada por ordem de Francesco I de Medici entre 1587 e 1588, pois era considerada totalmente fora de moda.
O naturalismo neopaganizante da Renascença havia tomado conta da cidade.

Afastado o projeto medieval, o espírito sobrenatural desapareceu.

A briga pela fachada nova entrou no espírito de intriga e políticagem moderno. E virou um escândalo perpetuo, onde os desenhos apresentados não eram aceitos, ou violentamente contraditados.

A fachada só foi terminada no século XIX. Em 1864, Emilio de Fabris fez uma enorme fachada de mosaico em estilo neogótico. Foi adornada com estatuária elegante e austera. Em 1903 terminaram-se as portas de bronze.

A rica estatuária e ornamentos originais pelo menos não foram jogados fora. Eles sobrevivem no Museu Opera del Duomo e em museus de Paris e Berlim.

As decorações internas são austeras, e muitas se perderam no curso dos séculos. Alguns elementos acharam abrigo no Museu Opera del Duomo. Subsistem os monumentos a Dante, a John Hawkwood, a Niccolò da Tolentino, a Antonio d'Orso, e os bustos de Giotto, Brunelleschi, Marsilio Ficino, e Antonio Squarcialupi.




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