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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Notre-Dame: a agulha da catedral e a voz do anjo

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Passeando pelo jardim junto ao Sena, vi muitas vezes pessoas contemplando em silêncio essa maravilhosa peça arquitetônica, cuja beleza material “fala”, como um anjo falaria na ordem sobrenatural.

A agulha age sobre os que a admiram como os anjos agem sobre as coisas boas, ajudando a amar seus aspectos mais altos.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira comentou: “Quando me dei consciência da flecha de Notre-Dame, foi uma alegria enorme para mim e uma espécie de alívio.

Pois a magnífica fachada de Notre-Dame poderia ser comparada a um leão, mas sem juba; e a flecha completa o que faltava, alivia, põe uma nota de graça, fantasia, delicadeza e de um quase irreal que satisfaz.

Pode-se conceber que o anjo da flecha de Notre-Dame seja um anjo que proteja todas as belezas do gênero da agulha no mundo inteiro.

A mensagem das torres é robustecida e aliviada pelo cântico gracioso da flecha!”

As duas torres falam colossalmente do real.

Mas a flecha fina e esguia, subindo rumo ao infinito, representa o irreal, que aprimora o melhor da realidade da catedral e sua legenda.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Notre-Dame de Paris: a flecha e o Reino de Maria

A agulha de Notre Dame tal qual era antes do incêndio
A agulha de Notre Dame tal qual era antes do incêndio

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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A fumaça ainda envolvia a catedral de Notre-Dame quando, em 17 de abril de 2019, o então primeiro-ministro francês Édouard Philippe prometia solenemente, no palácio presidencial do Élysée, um “concurso internacional de arquitetos” para refazer o telhado devorado pelas chamas e erigir uma nova flecha na catedral. Cfr. Le Figaro

Comunicou que o presidente Emmanuel Macron aspirava por um radical “gesto arquitetônico contemporâneo”, acenando para um referendo sobre as mudanças que “dariam à catedral características de nossa época”.

Aproveitando-se do impacto emocional causado pelo incêndio, o presidente Macron achou que seria o momento de desnaturar a catedral, como outros já tentaram, e fez o anúncio de um concurso de projetos modernizantes de restauração.

Pressurosamente acolhida pela grande mídia, essa proposta parecia indicar que os franceses aprovavam a mudança de estilo auspiciada pelo presidente.

Mas se ele o fizesse, incorreria em flagrante violação da lei francesa e dos tratados internacionais, que obrigam o país a restaurar os monumentos históricos no estado em que estavam no momento da catástrofe (à l’identique, segundo a concisa expressão francesa).