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terça-feira, 11 de junho de 2024

Na luz espiritual está o segredo das catedrais

Catedral de Aquisgrão, Alemanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Os medievais às vezes chegavam até a fantasiar, a compor, por exemplo, canções de gesta, que exprimiam o desejo deles de participar de gestas.

O medieval, quando não participava de uma proeza, julgava-se frustrado na vida.

O medieval via na religião católica uma luz diferente porque ele tinha uma noção muito mais povoada de sublimidade, de maravilhoso, de luzes intelectuais e morais de toda ordem que o homem posterior não teve.

Isso vinha de um certo modo de ver a religião católica, que se faz sentir numa catedral gótica. Mas, não numa igreja barroca, embora bela e sagrada.

Catedral de Nottingham, Inglaterra
Como é que a gente poderia encontrar uma palavra que dissesse o imponderável da catedral medieval?

Se aparecesse um Anjo que tivesse inteiramente o espírito das catedrais e dos castelos góticos, ele teria uma de cara de catedral e uma alma de catedral ou de castelo forte.

Ele simbolizaria isto para todo mundo.

Ele resplandeceria de luz e de sublimidade.

E esse é o espírito das catedrais medievais.

Elas convidam a ver a sublimidade em todas coisas, inclusive na ordem temporal.

Na hora de fazer as casas, de comerciar nas feiras, de fazer um vitralzinho para a janela do quarto, o medieval fazia tudo procurando aquela forma de sublimidade da Idade Média que as catedrais ensinavam.

Catedral de Peterborough, Inglaterra

Esse espírito que procura a sublimidade antes de tudo é uma coisa prévia à estrutura feudal medieval.

Sem ele não se compreende o feudalismo.

Quer dizer, a vassalagem vista à luz da Idade Média e não de um modo meramente funcional, a vassalagem é um dos pontos aonde mais brilha esse espírito.

Mas esse desejo de procurar em tudo a sublimidade é anterior ao problema da vassalagem.

E, ele resplandece no estilo e em todos os aspectos da catedral medieval.




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terça-feira, 13 de junho de 2023

Catedral de AACHEN (Aquisgrão):
“nossa conversação está no Céu”

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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O que dizer dessa catedral?

O melhor comentário é: Oh!

O que significa esse oh!?

Significa: Oh!, preciosidade! Oh!, tesouro!

Oh!, símbolo de alguma coisa que eleva minha alma para os mais altos píncaros!

Oh!, catedral!

Analisando-a, parece ela um amontoado de torres, de capelas e de cúpulas, colocadas mais ou menos sem reflexão.

Mas de seu conjunto se desprende uma tal harmonia, que fico verdadeiramente maravilhado!

Harmonia que tem isto de curioso: tudo aponta para cima. Dir-se-ia que a catedral exclama: "Conversatio nostra in cœlo est" (Nossa conversação está no Céu).

Aponta para cima a torre, como que erguendo os braços a Deus.

Aponta para cima a cúpula, que, não satisfeita de se elevar com toda sua massa rumo ao alto, ainda ostenta uma cupulazinha, que é uma espécie de tentativa de alcançar com a ponta do dedo aquilo que a palma da mão não consegue tocar.

Aponta para cima a forma ogival das janelas que estão encrustradas na torre, e cuja extremidade parece refletir a tendência para subir, para subir...

Cada um dos torreõezinhos embaixo lembra-me aquelas palavras da Missa:  

"Sursum corda! Habemus ad Dominum" (Elevai vossos corações ao alto. A resposta é: "Nós os temos voltados para o Senhor").

Veja vídeo
Vídeo:
a catedral imperial
de Carlos Magno

Todo O conjunto é um imenso, um maravilhoso sursum corda!

* * *

Entretanto, como pode uma pessoa, hoje em dia, possuir uma alma tão dura ou tão vil, que não se comova e não se entusiasme olhando essa catedral?

Imaginemos que se interrompesse uma novela pornográfica de televisão para se exibir, de repente, um filme sobre essa catedral.

Não haveria uma série de pessoas que ficariam com mau humor? E que prefeririam a pornografia a isso?

Que alma é essa de alguém rejeitante de tal maravilha, e que prefere a pornografia?

Entretanto, a alma humana foi criada para tais elevações e tal dignidade.

E que o primeiro movimento de uma alma visando ausentar-se desses panoramas já a coloca à beira do abismo em que cairá!


(Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 22-2-1986. Sem revisão do autor.)



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terça-feira, 2 de maio de 2023

AQUISGRÃO: onde o imperador trocou o cetro pelo Crucifixo

Aquisgrão: interior da catedral
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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No ano de 1273, o arcebispo de Colônia sagrava na catedral de Aquisgrão (Aix-la-Chapelle em francês ou Aachen em alemão) o imperador Rodolfo de Habsburgo.

Terminada a cerimônia, o imperador, de cetro em punho, devia dar aos príncipes a investidura de seus domínios.

Como não foi possível encontrar logo o cetro, Rodolfo, tomando o crucifixo de prata do altar, disse:

Aquisgrão: trono do imperador Carlos Magno
feito com lajes do palácio de Pilatos
“Esta é a bandeira d’Aquele que derramou todo o seu Sangue por nós; é o sinal da Redenção, fonte de paz e de todo o direito. Este será também o meu cetro contra os inimigos meus e os do império.”

Esta confissão de fé causou em todos grande impressão, aumentando a veneração pelo imperador, a quem Deus concedeu um reinado próspero e afortunado sob a proteção da Cruz.



(Fonte: Tesouro de Exemplos — volume II – Pe. Francisco Alves — C. SS.R. — Ed. Vozes Ltda. — Petrópolis, RJ — 2a Edição — 1960, p. 206)




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quarta-feira, 23 de julho de 2014

AACHEN 2: catedral de insignes relíquias e do trono de Carlos Magno




Continuação do post anterior




Carlos Magno enriqueceu a catedral de Aachen com relíquias extraordinárias.

Na urna da Santíssima Virgem Maria (Marienschrein) se encontram a túnica que Nossa Senhora usou no Natal, os panos com que envolveu o Menino Jesus, o tecido menor que Cristo usou durante a Crucifixão, e o tecido em que foi envolvida a cabeça de São João Batista após sua decapitação.

Numa outra urna (Karlsschrein) igualmente rica e de análogo estilo se conservam os ossos do próprio Carlos Magno. Esses ossos foram objeto de uma longa e severa análise que confirmou sua autenticidade.

Veja mais em: Reconhecidos os ossos do “Pai da Europa”: Carlos Magno

Essas relíquias, mais os ossos de Carlos Magno conservados em outro precioso relicário, são expostas cada sete anos.

No ano de 2014, 1200º aniversário da morte de Carlos Magno foram mais uma vez exibidas solenemente para a veneração popular.

A capela octogonal inclui um segundo andar rematado por uma cúpula com mosaicos bizantinos.

O atual telhado em gomos é um acréscimo barroco.

Oito grandes pilares gêmeos definem o octógono.

O piso superior apresenta, entre cada pilar, uma divisão feita por duas colunas mais finas.

Esse piso superior abre-se para o octógono e está todo coberto de mosaicos.

Os mosaicos da cúpula têm como tema Cristo em Majestade, sentado no trono ladeado por dois anjos e vinte e quatro reis oferecendo as suas coroas a Deus.

A imagem é do Livro do Apocalipse de São João e glorifica o triunfo definitivo de Jesus Cristo no Fim dos Tempos.

O simbolismo é claro: Carlos Magno e os imperadores do Sacro Império deviam se empenhar ativamente pela vinda desse império divino final na consumação dos tempos.

Também no segundo nível, onde iniciava a área do soberano, encontra-se o trono de Carlos Magno.

O trono pode parecer até demasiado simples para a importância que ele teve na História.

Foi feito com placas de mármore que segundo a tradição teriam sido tiradas do pretório de Pilatos, em Jerusalém.

Pois o imperador era também o vingador de Jesus Cristo, devia fazer respeitar na terra os direitos de Cristo Rei e tornar real o seu reinado.

O trono está sobre seis degraus como o trono de Salomão descrito no Antigo Testamento.

Tudo indica que este é o trono original de Carlos Magno.

Está no local mais alto da capela de onde o imperador podia seguir a Missa.

Carlos Magno fez vir de Roma e Ravenna as elegantes colunas de capitéis coríntios do segundo piso.

Elas estão distribuídas em dois níveis de altura e percorrem o perímetro do octógono.

Foram roubadas 1794 pelo exército da Revolução Francesa, mas foram recuperadas parcialmente em 1814.

Algumas ficaram no Museu do Louvre.

Atualmente a catedral expõe vinte e duas das colunas originais.

Carlos Magno decidiu generalizar a educação no império, restaurando antigas escolas e fundando novas.

Essas novas escolas podiam ser monacais, sob a responsabilidade dos mosteiros; catedrais, junto à sede dos bispados; e palatinas, junto às cortes.

Dessa época até hoje provém a tradição universitária de Aachen e o papel educativo da catedral.


O 1200º aniversário da coroação de Carlos Magno





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