Catedral de Aquisgrão, Alemanha |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os medievais às vezes chegavam até a fantasiar, a compor, por exemplo, canções de gesta, que exprimiam o desejo deles de participar de gestas.
O medieval, quando não participava de uma proeza, julgava-se frustrado na vida.
O medieval via na religião católica uma luz diferente porque ele tinha uma noção muito mais povoada de sublimidade, de maravilhoso, de luzes intelectuais e morais de toda ordem que o homem posterior não teve.
Isso vinha de um certo modo de ver a religião católica, que se faz sentir numa catedral gótica. Mas, não numa igreja barroca, embora bela e sagrada.
Catedral de Nottingham, Inglaterra |
Se aparecesse um Anjo que tivesse inteiramente o espírito das catedrais e dos castelos góticos, ele teria uma de cara de catedral e uma alma de catedral ou de castelo forte.
Ele simbolizaria isto para todo mundo.
Ele resplandeceria de luz e de sublimidade.
E esse é o espírito das catedrais medievais.
Elas convidam a ver a sublimidade em todas coisas, inclusive na ordem temporal.
Na hora de fazer as casas, de comerciar nas feiras, de fazer um vitralzinho para a janela do quarto, o medieval fazia tudo procurando aquela forma de sublimidade da Idade Média que as catedrais ensinavam.
Catedral de Peterborough, Inglaterra |
Esse espírito que procura a sublimidade antes de tudo é uma coisa prévia à estrutura feudal medieval.
Sem ele não se compreende o feudalismo.
Quer dizer, a vassalagem vista à luz da Idade Média e não de um modo meramente funcional, a vassalagem é um dos pontos aonde mais brilha esse espírito.
Mas esse desejo de procurar em tudo a sublimidade é anterior ao problema da vassalagem.
E, ele resplandece no estilo e em todos os aspectos da catedral medieval.
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