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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Aos pés da catedral-mãe, a alegria das feiras de Natal

Nuremberg
Longe da banalidade comercial de hoje, o sorriso sobrenatural do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo enchia de alegria suave e de aconchego as praças de cidades e aldeias, de palácios e choupanas da Idade Média.

A tradição, embora deformada, pervive até hoje.

Trata-se das feiras de Natal que ainda dominam em cidades alemãs, austríacas, alsacianas, etc., na Europa.

Elas constituem um eco saudoso, requintado em épocas posteriores, do Natal medieval.

Cheiro de ervas, amêndoas torradas, vinho, cravo, canela, incenso e resina de pinheiro.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

REIMS: catedral da França monárquica para coroar o representante temporal de Deus na Terra





Após os horrores revolucionários da Revolução Francesa e as não menos revolucionárias nem menos sangüentas guerras de Napoleão, os príncipes legítimos da casa de Bourbon, retornaram a Paris.

O primeiro em entrar na antiga capital do reino, foi o Conde de Artois ‒ futuro Carlos X ‒ irmão caçula do decapitado rei Luis XVI.

A entrada do Conde de Artois em Paris foi um episódio de fábula.

Se não fosse o caráter pagão das “Mil e uma Noites”, a gente diria uma fábula das “Mil e uma Noites”.

Ele era um príncipe feito mais de cristal do que de carne, tendo todas as graças e os charmes da delicadeza francesa, tendo todas as finuras, os raffinements, as cortesias da elegância francesa.

Tendo, ao mesmo tempo, uma atitude paternalíssima em relação ao povo.

Entrada do conde de Artois em Paris
E o povo notou essa paternalidade e ficou encantado, chegou a abraçar os cavalos dele, não sem algum perigo do cavalo de repente dar um coice.

E o Conde de Artois avançava sem se perturbar, enquanto o povo abria caminho.

O povo da Áustria fica simplesmente derretido e emocionado quando um arquiduque da casa imperial volta, depois de uma longa perseguição. É a volta de um pai inocente.

No caso da França não. O príncipe é o sonho que todo o mundo gostaria de ter, que gostaria de viver, com o qual se pensava quando os canhões brutais soavam perto de Paris anunciando as violentas vitórias de Napoleão.

No fundo os corações do povo de Paris pensavam no toque dos sinos da Catedral de Reims quando era coroado um rei da França.
Nossa Senhora, Reims

Eles batiam pensando na cerimônia da coroação, uma das mais belas cerimônias da Cristandade.

A catedral de Reims é a catedral feita pela França monárquica para prestar culto ao representante temporal de Deus na Terra.



(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 31/3/95. Sem revisão do autor)


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quarta-feira, 30 de junho de 2010

As curas de REIMS: sinal do aprazimento de Deus com a monarquia francesa

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









O primeiro rei da França foi Clóvis, rei dos francos e esposo da princesa da Burgúndia, Santa Clotilde. São Remígio, bispo de Reims, celebrou missa com a catedral toda ornada.

Muito bonita para os gostos talvez um pouco bárbaros do tempo mas, enfim, a catedral estava toda ornada.

Quando o bispo entrou com o rei, Clóvis achou a igreja tão bonita que perguntou a São Remígio: “Meu pai, este é o reino dos céus?”

Conta a tradição que enquanto São Remígio sagrava Clóvis, apareceu uma pomba trazendo no bico um frasco de cristal com o óleo com o qual Clóvis deveria ser ungido.

Desde então, sistematicamente, todos os reis da França até Carlos X foram ungidos com esse óleo.

Foi um milagre de Deus fazendo uma pomba romper o “muro” invisível que separa a esfera sobrenatural da natural, e receber de um anjo esse frasco. 

E vir para que um santo, São Remígio, fizesse a sagração do primeiro rei.

A ideia é de conferir algo de sagrado ao pináculo da ordem temporal que é o rei. De maneira que as duas ordens ‒ a espiritual e a temporal ‒ se tocam sem se confundirem nem se nivelarem.

A ordem temporal quando ela se põe no ápice de si mesma ela toca com o dedo no teto que é a ordem espiritual. E forma a bela continuidade das obras de Deus.

A unção conferida aos reis da França pelo bispo de Reims, sucessores de São Remígio, era um sacramental que dava aos reis da França uma qualidade participativa da ordem espiritual.

Havia antigamente uma doença da pele chamada escrofulose. É um nome horrendo para um mal horrendo também que produz na pele umas úlceras purulentas chamadas de escrófulas.

Essa doença era muito freqüente antigamente pela falta de remédios.

Até a queda da monarquia, quando terminava a coroação dentro da catedral com esplendor magnífico, com a flor da nobreza e todo o episcopado presente, os sinos da catedral de Reims revoavam fazendo ouvir em todos as redondezas a alegria da Igreja e da nação porque lhe tinha sido dado um novo rei.

Do lado de fora da igreja, um espetáculo doloroso e aflitivo se acumulava: eram os escrufulosos da França inteira que tinham ouvido falar que iria ser coroado um novo rei.

E acreditava-se pela tradição que quando o rei saísse da igreja de dentro daquele esplendor supremo e tocasse um por um os doentes dizendo: “Le roi te touche, Dieu te guérisse” (“o rei toca em ti e Deus te cure”, ele operava numerosas curas.

Podemos imaginar os pobres coitados que ficavam livres da doença como ficariam alegres. 

Era uma cena que quase repetia a alegria daqueles que foram curados por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Assim eram os lampejos de aparentes contradições formosíssimas em que se compraz a Igreja e o espírito católico.

“O rei toca em ti e Deus te cure”
De um lado esplendor, riqueza, luxo e poder difíceis de imaginar. 

Do lado de fora, colada na porta, uma miséria de fazer a gente chorar.

Mas, entre uma coisa e outra não há a infame luta de classes imaginada por Marx. 

Na ordem católica há colaboração das classes.

O rei é o pai dos pobres e por causa disso ele sai e com sua mão que acaba de ser ungida, ele toca a escrófula asquerosa de cada doente, e diz a fórmula: “o rei toca em ti ‒ ele não dizia que o rei te cura, mas ‒ Deus te cure.”

Como é bonito ver a majestade real curvar-se com afeto sobre cada filho escrufuloso e obter do Céu que pelo intermédio dessa mão que acaba de ser sagrada, a graça de Deus cure aquele pobre coitado.

Pobres e ricos, grandes e pequenos, ficavam unidos sem serem confundidos numa cerimônia dessa natureza.


(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, 5/10/94. Sem revisão do autor)




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quarta-feira, 2 de junho de 2010

A SAINTE CHAPELLE de PARIS e o sonho da catedral de cristal

Em algumas construções góticas começa a despontar um sonho.

É o sonho é de abolir o granito e transformar tudo em cristal.

Esse sonho germina na Sainte-Chapelle de Paris.

A Sainte-Chapelle conserva de pedra apenas o necessário para suportar o teto e servir de encaixe para os vitrais.

O espírito que concebeu a Sainte-Chapelle se pudesse fazer um edifício todo de cristal, sentir-se-ia realizado.

A alma do homem medieval era como uma arca com uma porção de tesouros.

Eles iam tirando tesouro por tesouro.

Os medievais tinham muitos tesouros e riquezas na sua alma profundamente católica.

Isso lhes vinha da devoção filial, enlevada e varonil a Nossa Senhora.

E por meio da Mãe de Deus subiam como um jato para Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.

Eles foram lentamente manifestando essas riquezas.

Até que chegaram por fim ao gótico.

O que mais faltava?

Eles atingiram uma perfeição de alma profunda e verdadeiramente católica.

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