Catedral São Pedro de Beauvais. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Entrando na catedral medieval, a primeira coisa que impressiona a alma é a sublimidade das grandes linhas verticais.
A nave da catedral de Amiens comunica uma insofismável sensação de purificação, porque a beleza pura da imponente catedral age como um sacramento.
Ali, mais uma vez, a catedral é uma imagem condensadora do universo.
Do mesmo modo que a planície ou a floresta, a catedral tem atmosfera e perfume, esplendor, crepúsculo e penumbra.
A grande rosácea da fachada olha para o sol do Ocidente na tardinha e a janela refulgindo por obra do sol parece ser o sol ele próprio desaparecendo no âmago de uma maravilhosa floresta.
Na atmosfera transfigurada da catedral a luz brilha mais intensamente que no dia e as sombras têm mais mistérios que no mundo real.
Nesse mundo transfigurado o homem se sente no coração da Jerusalém celeste e saboreia a profunda paz da cidade futura.