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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

As ruínas medievais falam da grandeza da Era da Luz

Ruínas da abadia de Jedburgh, Inglaterra. O protestantismo não suportava a pureza dos religiosos e mandou demolir os mosteiros e saquear seus bens.
Ruínas da abadia de Jedburgh, Inglaterra.
O protestantismo não suportava a pureza dos religiosos
e mandou demolir os mosteiros e saquear seus bens.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Pode-se compreender a pujança da Idade Média calculando a profundidade de algumas raízes dela que ainda subsistem apesar dos séculos de Revolução.


Por exemplo, no esplendor da arquitetura das catedrais medievais que restam em pé.

Vendo-se a grandeza desses restos é-se levado a compreender a grandeza da Idade Média sob uma luz especial. Um Doutor da Igreja, comentou a famosa cena da cabeça de São João Batista apresentada a Salomé num prato.

Ele disse que os olhos de São João Batista cerrados pela morte olhavam com uma censura igual ou maior à que eles tinham em vida.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Jesus Cristo é o centro da História, proclama a catedral gótica

Catedral de Toledo
Catedral de Toledo
Luis Dufaur
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A belíssima página que a seguir transcrevemos –– de Émile Male, um historiador francês de grande envergadura, especializado em história da arte — apresenta-se como um bálsamo para as feridas que em nossas almas abriu esta época na qual vivemos. 


Ele nos fala da catedral medieval, especialmente a do século XIII, na França. 

Temos a impressão de estar lendo um poema que faz voar nosso espírito para longe das maldições deste século: os horrores da luta de classes, o desvario a que se chegou a propósito dos chamados direitos humanos, as invejas, os escândalos que se atropelam uns aos outros, as perversões morais, o terrorismo, a contínua insegurança e tudo o mais.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O olhar do vitral dentro de minha alma

Rosácea de Chartres, França
Rosácea de Chartres, França
Luis Dufaur
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Imaginemos um vitral em forma circular, ou seja, uma rosácea. Um mundo de cores diferentes.

Cada uma daquelas cores é uma amostra de um firmamento daquela cor no qual gostaríamos de nos perder.

Começo, então, dentro dele, um passeio diferente: ora entro no céu de anil, ora no dourado absoluto, depois no verde total ou no vermelho rubro.

Meus olhos distraídos entram naqueles pedacinhos de céu, olham daqui, de lá e de acolá.

Em determinado momento, me vem a maior alegria: a visão do conjunto.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Notre-Dame: a agulha da catedral e a voz do anjo

Luis Dufaur
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Passeando pelo jardim junto ao Sena, vi muitas vezes pessoas contemplando em silêncio essa maravilhosa peça arquitetônica, cuja beleza material “fala”, como um anjo falaria na ordem sobrenatural.

A agulha age sobre os que a admiram como os anjos agem sobre as coisas boas, ajudando a amar seus aspectos mais altos.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira comentou: “Quando me dei consciência da flecha de Notre-Dame, foi uma alegria enorme para mim e uma espécie de alívio.

Pois a magnífica fachada de Notre-Dame poderia ser comparada a um leão, mas sem juba; e a flecha completa o que faltava, alivia, põe uma nota de graça, fantasia, delicadeza e de um quase irreal que satisfaz.

Pode-se conceber que o anjo da flecha de Notre-Dame seja um anjo que proteja todas as belezas do gênero da agulha no mundo inteiro.

A mensagem das torres é robustecida e aliviada pelo cântico gracioso da flecha!”

As duas torres falam colossalmente do real.

Mas a flecha fina e esguia, subindo rumo ao infinito, representa o irreal, que aprimora o melhor da realidade da catedral e sua legenda.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Notre-Dame de Paris: a flecha e o Reino de Maria

A agulha de Notre Dame tal qual era antes do incêndio
A agulha de Notre Dame tal qual era antes do incêndio

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A fumaça ainda envolvia a catedral de Notre-Dame quando, em 17 de abril de 2019, o então primeiro-ministro francês Édouard Philippe prometia solenemente, no palácio presidencial do Élysée, um “concurso internacional de arquitetos” para refazer o telhado devorado pelas chamas e erigir uma nova flecha na catedral. Cfr. Le Figaro

Comunicou que o presidente Emmanuel Macron aspirava por um radical “gesto arquitetônico contemporâneo”, acenando para um referendo sobre as mudanças que “dariam à catedral características de nossa época”.

Aproveitando-se do impacto emocional causado pelo incêndio, o presidente Macron achou que seria o momento de desnaturar a catedral, como outros já tentaram, e fez o anúncio de um concurso de projetos modernizantes de restauração.

Pressurosamente acolhida pela grande mídia, essa proposta parecia indicar que os franceses aprovavam a mudança de estilo auspiciada pelo presidente.

Mas se ele o fizesse, incorreria em flagrante violação da lei francesa e dos tratados internacionais, que obrigam o país a restaurar os monumentos históricos no estado em que estavam no momento da catástrofe (à l’identique, segundo a concisa expressão francesa).

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

VENEZA: o Campanário da catedral São Marcos, obra prima medieval, reconstruída por São Pio X

Luis Dufaur
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Um dos marcos da cidade de Veneza, Il Campanile di San Marco (O Campanário de São Marcos), afetuosamente chamado de "El Parón de Casa" (o Senhor da Casa) pelos Venezianos.

É uma imponente torre que marcava as horas da cidade. Atualmente pode-se subir e contemplar a cidade de Veneza.

A construção do Campanile original iniciou-se no século IX, perdurando até o século XII. Tem 98,5 mts. De altura e é o prédio mais alto de Veneza.

O aspecto atual do Campanile é uma réplica exata do original. Ele colapsou em 14 de Julho de 1902, não fazendo qualquer vitima.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

A SAINTE CHAPELLE de PARIS
e o sonho da catedral de cristal

A SAINTE CHAPELLE e o sonho da catedral de cristal
Luis Dufaur
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Em algumas construções góticas começa a aparecer um sonho.

É o sonho é de abolir o granito e transformar tudo em cristal.

Esse sonho germina na Sainte-Chapelle de Paris.

A Sainte-Chapelle conserva de pedra apenas o necessário para suportar o teto e servir de encaixe para os vitrais.

Mas o espírito que concebeu a Sainte Chapelle se pudesse fazer um edifício todo de cristal, sentir-se-ia realizado.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Abadia de Holyrood, Escócia

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Fundada em 1128 pelo rei Davi I da Escócia, a abadia acabou sendo transformada em residência real pelo protestantismo.

A igreja abacial virou templo protestante até cair em ruínas. Os restos da abadia estão colados no castelo real de Edinburgo.

As ruínas permanecem como um testemunho mudo da glória do monasticismo católico escocês.

Elas despertam saudades e soam como preanuncio do futuro retorno da nação ao catolicismo profetizada por diversos santos.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Catedral de BOURGES: hierarquia e beleza duma Bíblia em pedra e cristal

Bourges, espessura paredes

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Meçam a espessura da parede!

Quantos santos ou anjos há em pé! É extraordinário!

Entretanto, não são mais que alguns pormenores da catedral de Bourges, na França.

Essa catedral está dedicada a Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, e por isso conhecido também como protomártir.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Amiens e a nobreza absoluta de Deus

Amiens: uma das maiores catedrais do mundo, entrada do Paraíso
Amiens: uma das maiores catedrais do mundo, entrada do Paraíso
Luis Dufaur
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Na catedral estão como que contidas todas as qualidades das igrejas da diocese, ou arquidiocese.

Por exemplo, o lado mimoso da Sainte-Chapelle aflora na flecha da catedral Notre-Dame de Paris.

Porque a Sainte-Chapelle, de algum modo, está contida na catedral.

A catedral é sempre o padrão global, glorioso, total, talvez único das igrejas.

Nas penumbras criadas pelos vitrais da catedral de Amiens, em certos modos de ser das ogivas internas das colunas dentro dela, em algum toque do órgão, entram imponderáveis da concepção sobrenatural do universo.

terça-feira, 14 de julho de 2020

A lógica de Notre Dame e o arrebato do estilo bizantino

Notre Dame de Paris
Notre Dame de Paris
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Notre Dame é irrepreensível, ordenada, perfeita, lindíssima, tudo lógico, mas um lógico com poesia.

São as lógicas não do filosofastro, mas as lógicas da mãe de família, do pai, da vida, é essa lógica, verdadeira.

Então é disso que às vezes a arquitetura apresenta.

Mas às vezes a arquitetura borbulha, e apresenta coisas meio inesperadas.

E é o próprio movimento da alma religiosa, nos seus entusiasmos, êxtases, impulsos, generosidade, nos lances a la Santa Teresa de Jesus por exemplo, que deixam a alma desconcertada diante de sua grandeza, a la Santo Inácio de Loyola, etc.

terça-feira, 30 de junho de 2020

Ruínas da abadia de Beauport evocam as Lamentações do profeta Jeremias

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A abadia de Beauport está situada em Kérity, Paimpol, na antiga Bretanha, França.

Ela foi fundada em 1202 pelo conde de Penthièvre e de Goëlo, Alain I d’Avaugour.

O conde chamou aos cônegos regulares premonstratenses da abadia da Santíssima Trindade da Lucerna, na vizinha Normandia.

terça-feira, 16 de junho de 2020

A Catedral de AQUISGRÃO:
reflexo da grandeza carolíngea

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A Catedral de Aix-la-Chapelle, a capital do Império de Carlos Magno, é assim chamada em francês.

Também é conhecida como Aachen, segundo a designação alemã, ou Aquisgrão em português.

Ela é toda de pedra, e distinguem-se três elementos arquitetônicos: o Dom, ou catedral, propriamente dito, que é a cúpula central encimada por outra pequena cúpula, no alto da qual está implantada uma cruz.

À direita, uma alta torre; à esquerda, o corpo do prédio, que contém a continuação da igreja.

Tudo isso comunica-se por dentro e constitui um só edifício.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Orvieto: o gótico colorido

Orvieto: catedral gótica colorida com mosaicos e mármore
Orvieto: catedral gótica colorida com mosaicos e mármore
Luis Dufaur
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Uma das mais belas catedrais existentes na Itália é uma basílica gótica toda colorida em mosaico do lado de fora.

É um dos edifícios góticos mais belos do mundo.

É a Catedral de Orvieto.

Sobre uma fachada estritamente gótica podemos ver uma feeria de cores.

Não há aí o que não seja gótico, inclusive a rosácea. Ela fica dentro de um quadrado que tem qualquer coisa de clássico. Mas que se encaixa tão perfeitamente que não há o que dizer.

A cor escolhida é a mais esplendorosa das cores: o ouro. Toda a fachada é sobre fundo dourado. E esse fundo é feito com um método nobre: o do mosaico.

Trata-se de um mosaico de alta qualidade, tão rutilante, tão magnífico que, sendo esta fachada do século XIV, ela dá a impressão de terminada ontem.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Catedral: casa de Deus, lar dos fiéis, imagem da Jerusalém celeste, o Céu

Amalfi, catedral Santo Andre, catedrais medievais
Amalfi, Itália. Catedral Santo André
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Na Idade Média, construía-se a casa de Deus como imagem da Jerusalém Celeste.

Quer dizer a cidade ideal do Céu empíreo onde moramm as almas que se salvam.

É a admirável casa de Deus, o lugar do culto e a casa materna do povo.

A legislação eclesiástica fazia diferença entre o santuário — onde o povo não entrava — e o resto da superfície da catedral. Essa distinção era necessária.

O santuário era o local reservado para o culto, a missa, os ofícios, etc. Ocupava em geral a parte posterior a onde hoje está o altar mor, separado por véus.

Na nave central e nas laterais se faziam muitas coisas que as pessoas queriam que ficassem como embebidas de espírito religioso, sem serem atos religiosos.

terça-feira, 5 de maio de 2020

As catedrais de Notre-Dame e São Pedro comparadas por uma grã-duquesa russa

Notre-Dame, nave central

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No século XVIII, a grã-duquesa da Rússia Maria Feodorovna fez sua viagem de bodas na Europa Ocidental com seu esposo, o futuro imperador Paulo I da Rússia.

O casal viajava de “incógnito” ‒ quer dizer, não oficialmente ‒ e usava os nomes de Conde e Condessa du Nord. A baronesa de Oberkirch, nobre francesa que escreveu Memórias famosas, ia junto como dama de companhia.

A grã-duquesa russa ‒ que era cismática ‒ comparou a Basílica de São Pedro e a catedral de Notre-Dame. A baronesa de Oberkirch recolheu o comentário:
“Em São Pedro de Roma, dizia a grã-duquesa, é-se esmagado pela beleza, pela elevação e pela majestade da nave da igreja.

“Parece que não se ousa rezar ao Ser Todo Poderoso ao qual os homens levantaram um templo de tão alta categoria. Deus aparece aí alto demais e longínquo demais.

terça-feira, 21 de abril de 2020

O gótico é fruto de séculos de pregação dos santos

Asís

Luis Dufaur
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Quando há uma sociedade que vive em uníssono, e que deseja muito uma mesma coisa, aparecem os artistas que, imbuídos do mesmo desejo, fazem o que a sociedade quer.

A obra de arte é uma consonância de um homem, ou de alguns homens, dotados de um talento especial para fazer o que a sociedade deseja.

Então, quem fez o gótico?

A prática da religião assídua, séria, reta, por séculos, levou as almas a desejarem o gótico.

Em certo momento, quando o artista primeiro, que não se sabe qual é, começou a desenhar o gótico, todo o mundo disse: “É mesmo!”

terça-feira, 7 de abril de 2020

O segredo das catedrais

Colônia, Alemanha
Luis Dufaur
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O enigma profundo das catedrais e dos homens que as conceberam e realizaram em tão grande número e variedade nos conduz a considerações que superam a própria ciência e à própria técnica.

A primeira e mais imediata consideração é sobre a sabedoria dos construtores.

Monges, teólogos, arquitetos, artistas, simples pedreiros, neles parecia habitar uma sabedoria que ia muito além de suas naturezas humanas, por vezes rudes e imperfeitas.

Pelos frutos se conhece a árvore. Pela catedral se conhece a alma dos construtores.

Como foi possível tal afloração simultânea de homens com almas sólidas e plácidas, fortes e delicadas, lógicas e jeitosas, como as que fizeram essas Bíblias de pedra?

Homens que foram a encarnação da virtude da sabedoria. Da sabedoria sobrenatural que só a graça divina dispensa às suas almas mais amadas.

E essa é uma segunda consideração de natureza espiritual.

Foi essa sabedoria sobrenatural, de que a Igreja Católica é a tesoureira, que gerou aqueles homens e suas catedrais.

Longe da Igreja, o homem do terceiro milênio sente-se apequenado, tristonho e cheio de incertezas.

terça-feira, 24 de março de 2020

As torres inconclusas de Notre Dame


Luis Dufaur
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Por mais que se tente completar as torres de Notre-Dame — talvez um grande arquiteto consiga — não se chega a nenhuma solução satisfatória.

Isso quer dizer que, à maneira de negação, tem-se uma certa noção da torre que se poria lá.

Mas não é nenhuma das que cogitamos.

O que tem a catedral de Notre-Dame que a mim me delicia, me subjuga e me assume, é que aquilo, como está, é tão bonito, que se diria que não se pode pôr nada mais além daquilo.

Ora, era para pôr! Logo, o acréscimo tem que ser um bonito na linha gótica.

terça-feira, 10 de março de 2020

O espírito que deu alma às catedrais medievais

Beauvais, catedral São Pedro

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O espírito épico é como um prisma que permite interpretar a Idade Média.

Os historiadores hodiernos, entretanto não sabem discerni-lo. E nos seus relatos esse espírito épico está volatilizado.

Entretanto, este é verdadeiramente o prisma para estudar a Idade Média.

Cada vez mais nós estamos caindo em estudos de caráter puramente historicista, e econômico, e político. Mas desprovidos de alma.

O resultado é que o aluno sente confusamente que o historiador no pegou o fundo da coisa, não entendeu a alma da Idade Média. Então, o estudo fica cassetérrimo.

Os medievais trabalhavam com espírito épico. Esse espírito está presente até na hora de fazer um campanário ou uma catedral.

Eles, então, faziam uma obra para lá de arrojada em relação aos meios do tempo.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Abadia milenar de Solesmes, uma arca de salvação

A vida na solidão acompanhado por Deus
A vida na solidão acompanhado por Deus
Luis Dufaur
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Às cinco da manhã ainda está escuro no verão e no inverno faz muito frio.

A cidade toda de Solesmes dorme bem arroupada enquanto o velho sininho da abadia se põe a repicar com sua milenar nota.

Os monges estão sendo convocados a cantar a primeira Hora do dia.

Silhuetas silenciosas se encaminham para a igreja fazendo deslizar seus hábitos pretos sobre o chão de pedra.

De ali a pouco suas vozes entoam as antífonas, leituras e salmos à glória dAquele que os convocou ali.

“Qui bene cantat, bis orat” (“Quem canta bem, reza duas vezes”) ensinou Santo Agostinho.

Em Solesmes os monges cantam sete vezes por dia, trinta e cinco horas por semana, explica o Pe. Paul-Alain.

No brilho do olhar dos monges percebe-se a plenitude do gáudio sobrenatural que enche suas almas.

O costume se repete há mil e quinhentos anos na abadia de Saint Pierre de Solesmes, na região da Sarthe, França, num antegosto terrestre da vida eterna.

Não foi um milênio e meio fácil.

O inferno se abateu sobre Solesmes que foi preciso reconstruir em 1869.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

York: a poesia das flechas inexistentes,
mas imagináveis

York: a poesia das flechas inexistentes
York: a poesia das flechas inexistentes
Luis Dufaur
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A catedral gótica de York, na Inglaterra, apresenta algumas características que à primeira vista impressionam pouco, mas cuja beleza é preciso saber saborear.

O gosto pelo princípio de unidade e transcendência nos levaria a desejar que as torres terminassem bem mais altas, por uma série de lances menores e com uma ponta altiva e elegante.

Pois não é propriamente segundo o espírito contra-revolucionário uma torre sem ponta, sem uma flecha.

As duas torres do fundo não têm pontas, mas os ângulos estão flanqueados por alguns florões que causam à primeira vista a impressão de torreões.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Notre-Dame será reconstruída tal como era

Notre Dame de Paris.
Fundo: Grande Cruz das Três Ordens Militares (Cristo, Santiago, Avis)
Luis Dufaur
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A “Bíblia de Pedra” que é a catedral de Notre-Dame de Paris, durante oito séculos resistiu a toda espécie de guerras, revoluções e intempéries.

Mas esteve a ponto de ruir no incêndio do telhado e da agulha em 15 de abril de 2019, deixando o mundo estupefato.

A catástrofe simbolizou a grave crise que devora a própria Igreja Católica que essa legendária catedral representa.

O resgate quase milagroso do Santíssimo Sacramento e das mais preciosas relíquias da catedral, como a Coroa de Espinhos e a túnica de São Luís, soou como uma promessa da restauração católica depois da infernal “penetração da fumaça de Satanás no templo”, tantas vezes rememorada.

Mas as ruínas fumegantes da catedral foram alvo de polêmica.