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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Catedral gótica: síntese da fé em movimento

Catedral de Toledo, Espanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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“A catedral gótica, diz Charles Morey, é de fato o equivalente arquitetônico da síntese escolástica; como esta ultima resolveu pela dialética os problemas impostos pela fé, assim também os arquitetos do século XIII atingiram uma unidade integrada num conjunto de infindáveis detalhes, apesar de sua procura de espaço indeterminado.

É o espaço gótico, na arquitetura gótica, que finalmente determina seu efeito. O movimento e subtil comunicação com o espaço exterior, que dá a impressão de ligar o observador com o infinito, são potentes fatores na levitação espiritual que um interior gótico pode proporcionar; mas que ele proporciona em completa medida somente quando reforçado por sua panóplia de vitrais”[1].

O espaço gótico deixa de comensurável, de regularidade geométrica, como nos antigos interiores bizantinos, para apresentar irregular em volume e expansão.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Origem do gótico

Catedral Notre Dame de Amiens
Catedral Notre Dame de Amiens
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O gótico surge como fruto de um movimento iniciado na “Ile de France”, verdadeiro núcleo geográfico dessa arquitetura e também da escolástica.

Dali se irradia, tomando características locais, mas mantendo sempre seus elementos fundamentais.

Um circulo de cinquenta léguas, ou aproximadamente 330 quilômetros, traçado de Paris como centro, abarca senão todas as igrejas ogivais do primeiro período, pelo menos aquelas em que a arte gótica primitiva se manifesta com toda a exuberância e em todo o seu esplendor.

É ali que, segundo todos aceitam, começa a alta escolástica por volta do século XII, justamente quando o sistema do alto gótico lograva seus primeiros triunfos em Chartres e Soissons; e ali é que se chegou a uma fase decisiva ou clássica em ambos os campos durante o reinado de São Luiz (1226 – 1270).

Foi no dito período que floresceram, entre os filósofos da alta escolástica, figuras como as de Alexandre de Hales, Alberto Magno, Guilherme de Auvergne, São Boaventura e São Tomás de Aquino.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O ódio ao gótico é ódio à Igreja Católica

Catedral de Bourges, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A civilização medieval foi um todo orgânico e coeso, em suas partes. E seus inimigos não deixam de proclamá-los ao reconhecer essa identidade de espírito que uniu o gótico à escolástica.

Quando não vão frontalmente contra a Igreja, que foi a verdadeira criadora dessa civilização, investem ora contra a escolástica, ora contra o gótico, mas sabem que, atacando um, atingiram também os outros.

A revolução religiosa, política e social dos Tempos Modernos teve como uma de suas primeiras brigadas de choque o humanismo renascentista, que atuou sobretudo no campo estético.

E vem da Renascença a palavra “gótico”, tomada em sentido pejorativo, para designar algo de bárbaro, de grosseiro, que cumpria substituir pelas belezas do classicismo neopagão.

Semelhante ódio a essa expressão estética da civilização católica aparece, através dos séculos, junto a outras formas de destruição revolucionária.