Jesus abencoa a Igreja e repele a Sinagoga, Saint-Denis |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os vitrais encerram múltiplos significados e simbolismos.
O vitral Ele nos introduz numa visão mística da Criação. Isto é que o universo é uma imagem do Criador e por meio dele o simples fiel pode se elevar até Deus.
Com efeito, a graça divina ilumina a inteligência do fiel e lhe faz ver o lado das coisas que espelha melhor a Deus.
O vitral é o exemplo dessa ação divina. Como?
A luz do sol (símbolo da graça de Deus) torna belas e admiráveis as cenas da vida e facilita subir até a fonte de tudo, o próprio astro solar, símbolo de Deus, fonte de todas as coisas.
E esta elevação é feita com grande e nobre prazer estético.
Notre Dame de La Belle Verrière (Nossa Senhora do Belo Vitral) |
Eles são os mais conhecidos pelo requinte estético e técnico, elaborada teologia, riqueza de pormenores e subtileza das cores.
Em Chartres, o vitral mais famoso é o de Notre Dame de La Belle Verrière (Nossa Senhora do Belo Vitral). (ao lado)
Mas, há outras jóias estéticas como o vitral da Árvore de Jessé (a genealogia de Jesus Cristo); o da vida de Santo Eustáquio, ou o dos feitos de Carlos Magno.
Outro conjunto supremo é o da Sainte Chapelle em Paris. Entrando nela, logo à direita lê-se de baixo para cima o Gênese, a história da Criação.
Os vitrais seguintes resumem o Antigo Testamento. Contemplando-os um após outro, eles nos conduzem respeitando a ordem dos livros da Bíblia, até o altar mor.
Ali lemos o vitral da Vida, Paixão e Morte de Cristo.
Continuando o giro, encontramos os Atos dos Apóstolos e a vida dos Santos.
Por fim, fechando a volta, acima da entrada está a rosácea do Apocalipse, portanto do fim do mundo.
É um percurso do início ao fim da História da humanidade, do início ao fim dos Livros Sagrados.
As igrejas olhavam para o Oriente, de onde Cristo há de vir na sua segunda vinda.
Então o sol nascente iluminava o vitral da vida de Cristo auge da História.
No poente fazia brilhar a rosácea do fim da História.
As catedrais eram livros abertos. Os vitrais eram páginas desses livros riquissimamente ilustrados.
Nos vitrais, as crianças aprendiam o catecismo, a História Sagrada e a vida dos Santos. Os adultos encontravam a descrição da ordem das ciências, das técnicas e profissões.
Os doutores tiravam inspiração para suas eruditas disputas.
As pessoas que sofriam recebiam na luz do vitral afago, sorriso, compreensão, novo ânimo e apoio sobrenatural.
Nas catedrais aconteciam também atos civis: aulas, negócios, assembleias, eventos do município, das corporações (sindicatos da época, sem luta de classes), julgamentos, etc.
Esses atos se desenvolviam na atmosfera luminosa impregnada de sobrenatural criada pelo vitral.
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