Pórtico del Paraiso da catedral de Ourense |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Segundo uma antiga lenda, a catedral de Ourense foi mandada construir por um rei suevo, povo que ocupava o norte da península ibérica.
O nome do rei era Carriarico, quem, tendo enfermado seu filho, pediu a intercessão de São Martinho de Tours e foi ouvido. SOBRE SÃO MARTINHO DE TOURS VEJA MAIS CLICANDO AQUI
Em agradecimento, o rei mandou construir um templo no lugar onde se encontra agora a catedral.
Séculos depois vieram os muçulmanos que em alguma de suas incursões destruíram o velho e venerado templo.
Em substituição se decidiu levantar a atual catedral em estilo românico, cuja construção se estendeu durante os séculos XII e XIII. A planta da catedral desenha uma cruz latina com três naves.
A construção começou em 1160 e em 1188 foi consagrado o altar- mor, retomando-se as Missas. A catedral foi terminada no século XIII.
A entrada da catedral se faz pelo Pórtico do Paraíso, o qual lembra o Pórtico da Glória da Catedral de Santiago de Compostela, também na Galícia.
Este Pórtico, ricamente colorido, nos recorda que a catedral é a porta do Céu, ao qual nos conduz se formos sensíveis aos apelos da graça divina que batem em nossas almas.
O esplendor das cores, a alegria profunda e sincera dos santos e dos anjos esculpidos, a ordem rigorosa, mas jeitosa, hierárquica e proporcionada das figuras nos anunciam o gáudio eterno dos bem-aventurados na Corte Celeste.
Catedral San Martiño de Ourense, fachada |
Trata-se de um dos melhores conjuntos escultóricos das catedrais galegas.
Entre 1499 e 1505, Rodrigo de Badajoz mandou construir uma grande torre no ponto em que se cruzam os dois corpos da catedral para formar uma cruz.
A catedral tem também duas capelas de excepcional valor e originalidade.
A mais importante é a do Santo Cristo. Nela se venera um Crucificado com uma força de expressão tão intensa que se chega a dizer que nele a barba cresce.
O ouro brilhando sobre cores escuras, a capela de pequena altura e quase sem janelas, como é costume no estilo românico, convidam a uma intimidade intensa com o Redentor.
A piedade que inspira esta imagem sempre atraiu a devoção dos que ali concorrem a implorar suas graças em meio às dificuldades, doenças e privações.
No Museu Catedralício se conserva o “Tesouro de São Rosendo” cuja principal relíquia é o Báculo de São Rosendo.
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Nascido em berço de alta nobreza, foi árbitro político nas lutas entre os reis galegos.
Ele assumiu o governo de uma terra agitada pela rebelião e a conspiração. Liderou a nobreza galega na sua luta contra a invasão dos pagãos normandos de Gunderedo (968).
E foi bispo de Santiago de Compostela até se retirar no convento beneditino de Celanova, onde faleceu santamente no ano de 977.
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