Órgão da catedral de Estrasburgo |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Procuremos lembrar-se da sensação quando ouvimos pela primeira vez um órgão tocar.
A primeira sensação que eu tive foi de surpresa. Como quem diz: eu não imaginava!
A surpresa era seguida de um maravilhamento: que elevado!
Como isso tende para cima!
Que movimento para cima!
Como vai a uma altura que há uma verdadeira audácia que se quereria ter essa altura! Como isto perfura!
Que alma corajosa!
E de quanta coisa esta alma discrepou e se descolou e com que entusiasmo ela sobe!
Clique para ouvir Missa para os conventos: Elevação, François Couperin (1668 – 1733, Paris) :
Órgão da catedral de Sevilha |
O que é que há nesta altura?
Para onde sobe isto e como é que é imaginável aquilo que vai encontrar?
O órgão tocando suscita a ideia de um Céu infinito, de uma santidade, de uma pureza, de uma harmonia, de uma afabilidade e uma intransigência absoluta!
É para lá que a alma inteira ruma na primeira vez!
‒ Órgão! Isto é um instrumento, não é uma orquestra!
Oh! Que coisa extraordinária!
É assim que se deve ser!
Clique para ouvir Registros plenos no primeiro tom, do Livro do Órgão de Jean-François Dandrieu (1682 – 1738):
Órgão da igreja de Santo Eustáquio em Paris |
Em outras, se a alma continua fiel, há uma espécie de identidade dela consigo mesma e esses movimentos fixam-se para todo o sempre.
A alma só é o ser que Deus criou na medida em que esse movimento habita nela a ela vive disso.
Na medida em que a alma não tem esse movimento e não vive para isso, ela não é a alma com a fisionomia que Deus quis para ela.
Para ser ela mesma é preciso ser a imagem e semelhança de Deus.
Se ela não é idêntica com Deus, não tem identidade com consigo mesma.
O movimento de alma que estou descrevendo e que um órgão pode suscitar de algum modo a Igreja sempre teve, é inerente à Igreja.
Isto era o estado comum em que os homens viviam, rezavam, combatiam, descansavam, festejavam e morriam na ordem medieval. Tudo era feito nesta atmosfera.
Clique para ouvir Passacaille d'Armide, da suite em 2º tom. Jean-Baptiste Lully (1632 – 1687):
Catedral de Amiens, França |
Por que?
Porque essa tendência para o alto, o discernimento do mais alto dos mais altos, penetrou à fundo na alma do homem medieval.
Ele não concebia a possibilidade de fazer uma janela de quarto de empregado sem que fosse uma ogiva!
Era a forma natural de todas as janelas, de todas as portas, de todas as comunicações, dos adornos, dos enfeites, de tudo!
Essa atmosfera da vida se transmitiu por várias gerações e foi, dentro dos homens, uma coluna, um fogo, uma força que quatro ou cinco séculos de Revolução não conseguiram exterminar inteiramente e que resta em nós sob a forma de um precioso legado de tradição.
GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS ORAÇÕES HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS
Bom dia! È muito lindo ver as fotos ,ouvir os sinos parece um sonho,gostaria de poder ouvir sempre,se voce puder me envie por email,adoro anjos ,santos castelos e catedrais, e sou sua fã.teu trabalho é muito lindo e cultural,as pessoas que visitam o meu blog sempre comentam sobre seus post,realmente é um banho de cultura.obrigada.
ResponderExcluirSaudações. Ñ consegui acessar as músicas. Favor orientar. Obrig.
ResponderExcluirBoa Tarde.
ExcluirClicar no título do post "O órgão é a voz da catedral..." etc.