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Parecia o golpe final para uma catedral profanada em séculos de Revolução |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Séculos de Revoluções igualitárias e anticristãs maltrataram de todas as formas a catedral, relegando-a a mero objeto de visita e lucro de turistas estrangeiros.
Se ela tivesse voz e fosse prantear esses atentados, como Jó em suas lamentações, teria derramado bramidos de dor pela crise que consome a Santa Igreja Católica Romana nestas últimas seis décadas, atiçada pela “fumaça de Satanás”.
Esse fumo satânico progressista rumava para removê-la com o ódio participativo da crucificação de Nosso Senhor Jesus Cristo no alto do Calvário.
O diretor da série “Figaro Hors-Série”, Michel De Jaeghere, registrou em suas páginas a surpreendente contradição: o incêndio, que foi de molde a ser o tiro final na venerável estrutura gótica, “nos fez amá-la como nunca [...] teve um impacto que surpreendeu até mesmo seus admiradores mais fervorosos. A emoção pareceu dominar o mundo inteiro” .
O efeito da sua tragédia foi tal, que um artigo publicado nos Emirados Árabes chegou a confessar entre os vapores tóxicos do Islã que “Notre-Dame representa uma realidade mais profunda além do borrão de nossas vidas” .
O mesmo De Jaeghere condensou os atrozes crimes contra Notre-Dame, símbolo acabado da Igreja, e a civilização cristã que ela inspira.
Crimes históricos religiosos e temporais praticados na mais vil indiferença daqueles que deveriam custodiá-la.
Os governos monárquicos de Luís XV e Luís XVI aprovaram projetos para a demolição da catedral a fim de, na melhor das hipóteses, substituí-la por um templo de estilo grego.
A Revolução — que acabou travando o projeto dos reis — destruiu a Bastilha, continua De Jaeghere, desmantelou igrejas e conventos veneráveis para entronizar uma megera seminua como “deusa Razão” na catedral bendita.
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A catástrofe tocou os corações e os mudou |
Ainda hoje, observa ainda De Jaeghere, tudo se faz na França — e, no mundo por imitação — para apagar nossas raízes cristãs, repudiar a moral da Igreja, chegando a incluir o aborto como direito humano na Constituição.
Fato, aliás, comemorado pelo presidente Emmanuel Macron em discurso no templo do Grande Oriente da França.
Apenas 6,6% dos fiéis frequentam todo domingo as cerimônias para que foi feita Notre-Dame, 2% na mais recente enquete.
E menos de 25% dos bebês recém-nascidos são batizados, enquanto as ruas se enchem de adeptos do Islã rezando o Corão, que manda massacrar ou escravizar os cristãos.
Notre-Dame, símbolo da França cristã, tinha virado o santuário de uma religião abandonada, tolerado como prédio pelo retorno que deixavam os 13 milhões de turistas que a visitavam por ano.
A França oficial agia como se seu passado católico não valesse mais e o culto dos Direitos Humanos fosse a última palavra.
A União Europeia lhe garantia viver em função do estômago, satisfazendo apenas volúpias e instintos primitivos.
O palácio real de Versalhes virou museu, os castelos dos príncipes foram confiscados para deleite dos passeios turísticos, e os franceses desfrutavam visitando castelos transformados em monumentos nacionais, completa De Jaeghere.
Misteriosa mudança
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Mudou o modo de respeitar a herança católica medieval. |
Como numa espécie de Juízo Particular, o incêndio fez aparecer diante da França e do mundo, numa só imagem, a imensidade de todas essas negações revolucionárias e a dureza de coração de séculos de indiferença. Essa imagem “de repente nos horrorizou”, disse De Jaeghere.
Seus restos ainda fumegavam quando se manifestou uma “paixão” pela ressurreição da catedral-mãe, que foi um antídoto contra os venenos que desumanizam as nossas sociedades, escreveu o diretor do “Figaro Hors Série”.
A indiferença “foi substituída por um respeito amoroso pelo passado”, choveram as doações de dinheiro, sem que ninguém reclamasse um tostão do Estado.
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Até os que não ligavam para ela, se interessaram por ela |
O presidente francês, continuador dos crimes históricos acima mencionados, confessou que o mundo reconheceu que Notre-Dame, prodígio arquitetônico da Santa Igreja, era a alma da França e da civilização ex-cristã.
“Ela é maior do que nós”, concluiu.
Aplicou-se o dito do famoso e controvertido escritor Antoine de Saint-Exupéry: “Qualquer pessoa cujo coração esteja voltado para a construção de uma catedral já é um vencedor”, a França católica começou ganhando.
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