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Inauguração de Notre Dame restaurada |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
No dia 8 de dezembro de 2024, festa da Imaculada Conceição, a catedral de Notre-Dame foi consagrada novamente após a sua restauração, conforme ordena o Direito Canônico, e reabriu suas portas aos fiéis.
No dia anterior, entre 40 e 50 chefes de Estado e de governo, bem como quase 2.000 convidados especiais — bombeiros e agentes públicos que extinguiram o incêndio que quase arruinou a catedral, artistas e artesões que trabalharam na sua restauração — compareceram a um ato de reabertura promovido pelo governo francês.
Notre-Dame, iniciada em 1163, apresenta-se em 2025 renascida com o viço de sua primeira mocidade.
Como uma rainha que carregou durante quase mil anos um precioso manto cheio de história e que depois de um assalto do fogo infernal recebeu de Deus um novo manto com adornos e esplendores ainda mais rutilantes do que aquele que ostentou na História na sua mais fiel continuidade.
Efeito espiritual Mundial
O mundo ficou maravilhado com a restauração da catedral da Cidade Luz, a capital da França, nação que mereceu o título de “filha primogênita da Igreja”.
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Lenda da catedral submersa |
O escritor radicalmente anticristão Ernest Renan contou, numa nota autobiográfica, que na sua alma por vezes emergia com toda a sua sedução uma “cathédrale engloutie” (“catedral submersa”), em alusão à revivescência da inocência primaveril dos primeiros anos em que fora católico.
Notre-Dame de Paris renasceu das labaredas em seu máximo esplendor como essa mítica catedral de sonho, mas de um modo muito concreto.
E, eis o que vem mais ao caso, esse seu ressurgir se deu no fundo de incontáveis almas, inclusive não cristãs, afundadas numa narcose religiosa.
Espiritualmente, a imagem da Igreja purificada da “fumaça de Satanás” hodierna e das sujeiras depositadas por séculos de Revolução anticristã se mostrou numa explosão de beleza por obra da exímia restauração.
A Notre-Dame brilhante de sua luz sobrenatural medieval fez ressoar nas almas o anúncio da próxima vinda de uma era histórica esplendorosa que grandes santos anteviram como sendo o Reino de Maria.
Sua restauração em tempo recorde, num padrão artístico inigualável, mais próprio de uma joia incomparável, financiada por doações privadas imediatas e muito generosas, deixou o mundo atônito e, num sentido muito especial, envergonhado por ter tratado tão mal ao longo da História esta obra-prima da Igreja que nos vem desde o mais alto da Idade Média!
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira gostava de repetir, parafraseando o profeta Jeremias aludindo à Jerusalém amada por Deus: “Igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro”.
“Antena que nos abre a porta do Empíreo, fonte inesgotável de maravilhamento, escada que nos leva ao Céu, beleza da nossa natureza terrena que reflete a beleza da eternidade. Mãe que nos fala profundamente ao coração”, assim tentou descrever a catedral a historiadora de arte Paule Amblard .
“Nada te pode dobrar — escreveu um âncora de televisão chileno numa ‘Carta a Notre-Dame’ —, nem revoluções nem a indiferença, nem nossa época relativista e secularizada que está afundando enquanto se aproxima uma nova Idade Média, em que voltaremos a levantar catedrais, a rezar e cantar ao Céu, porque vagamos nas trevas como órfãos sem pai nem mãe. Mas Tu, Mãe de Paris, voltas a abrir teus braços nos dizendo: ‘vinde mais uma vez a mim, filhos perdidos, a encontrar em Mim a luz’” .
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