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terça-feira, 13 de maio de 2025

O gótico conjuga força e delicadeza em Londres

St Giles, Cheadle, arquitectura de Augustus Welby Pugin

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Augustus Welby Pugin foi filho de um arquiteto francês de origem nobre, emigrado durante a Revolução de 1789.

Nasceu em Londres, a 1º de Março de 1812. Porém, foi educado pela mãe num rígido calvinismo.

Em 1834, aos 19 anos de idade, ele descobriu a arte medieval e se tornou católico.
“Fiquei perfeitamente convencido de que a Igreja Católica, Apostólica, Romana é a única verdadeira. Aprendi as verdades da Igreja Católica nas criptas das velhas igrejas e catedrais européias.

Procurei verdades na moderna igreja da Inglaterra (protestante anglicana) e vim a descobrir que ela, desde que se separou do centro da unidade católica, tinha pouca verdade e nenhuma vida. Dessa maneira, e sem que tivesse conhecido um só sacerdote, ajudado apenas pela graça e misericórdia de Deus, resolvi entrar na sua Igreja”.
Pugin exerceu um apostolado especial: ele reanimou a alma inglesa, ressequida pelo protestantismo. Para isso ele criou obras em estilo gótico medieval renovado. Hoje elas atraem e empolgam milhões de turistas. Por exemplo, o Parlamento de Londres e a celebérrima torre do Big-Ben.

Parlamento de Londres arquitetado por Augustus Welby Pugin
Nas igrejas que que construía, ele fez questão que as cerimônias sagradas fossem cheias de pompa e que só usassem a música gregoriana.

Uma testemunha que assistiu a missa inaugural da capela do seminário de Oscott afirmou se sentir num ambiente de sonho quando a luz do sol começou a jorrar através dos vitrais, fazendo as paredes resplandecerem em ouro e púrpura.

Catedral de Lincoln
Catedral de Lincoln
Na primeira missa de uma igreja em Derby, o lorde que construiu o templo, por conselho de Pugin, negou-se a permitir que usassem magníficos paramentos de ouro que ele doara, a não ser que se dispensasse um enorme coro polifônico, que incluía orquestra e mulheres, e só se cantasse o gregoriano.

A fachada do Parlamento inglês produz uma impressão parecida com a que dá a Sainte Chapelle de Paris.

Tem-se a sensação de que a Igreja Católica deixou algumas das melhores marcas de sua própria alma. De tal maneira aquilo é acertadamente católico.

Retamente católico, acertadamente católico, por causa do que? O que tinha aquilo de especial?

Não era, por exemplo, o que tem de especial a catedral de Colônia.

A catedral de Colônia é uma explosão de pedra, de uma grandeza extraordinária.

Lá a razão não está tão presente quanto a imaginação germânica no que ela tem de categórico.

Parlamento de Westminster e Big-BenNão é uma imaginação suave, poética, doce, mas é a imaginação de uma pessoa que quer uma epopéia grandiosa e marcar todos os séculos com uma nota de grandeza que fosse mais do céu do que da terra.

A nota saliente da catedral de Colônia é o fantástico que o espírito possante realiza.

Na catedral de Notre Dame de Paris nós encontramos a conjugação da fantasia com a razão. A fantasia imaginou algo extraordinário.

Depois a razão colocou tudo em ordem, introduziu simetrias, bons sensos, harmonias quase clássicas, sem tirar nada do medieval extraordinário.

Big-Ben, de Augustus Welby PuginA fachada do Parlamento e o Big-Ben representam a conjugação da força e da delicadeza. Há muita delicadeza naquela fachada.

Ela é toda feita de linhas longas que se repetem e de um grande amplitude de horizonte.

Ela não tem o élan de Colônia, nem a harmonia superlativa de Paris.

Ela uma grande dignidade, elevação, nobreza, com alguma coisa de sereno, de senhor de si e de afável, e ao mesmo tempo de sacral e de sério.

Ela reúne extremos opostos. E toda obra de arte quando reúne extremos opostos e até aparentemente contraditórios, realiza algo de supremo.

A idéia de grandeza estável, da grandeza que se senta sobre seu próprio poder e se põe a meditar.

O Big-Ben é uma maravilha que merece ser justaposta a esse edifício.

A ter uma torre, deveria ser daquele jeito: tão coerente, tão lógica, tão bela, mas com essa doçura, essa suavidade dos ingleses que o gênio católico colocou ali pela mão de Pugin, que soube comunicar um sopro católico àquilo tudo.

Como isso é diferente da imagem da Inglaterra protestante! Essa Inglaterra não é a Inglaterra do Palácio nem do Big-Ben.

É uma Inglaterra que o protestantismo deformou com o senso monetário.

No espírito inglês de antes do protestantismo havia ausência desse espírito monetário.

É uma Inglaterra feita para conquistas de ordem cultural e muito menos uma Inglaterra feita para conquistas de ordem material.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira. Texto sem revisão do autor).


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terça-feira, 29 de abril de 2025

O gótico e a luz primordial da Inglaterra: apostolado de Pugin

Westminster Parlamento

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
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A grandeza imperial da Inglaterra do século XIX consistiu em absorver o império colonial de Portugal e da Espanha e de os reduzir a nada.

Essa já não era a Inglaterra do Parlamento cheio de espírito gótico.

Essa não era a Inglaterra de Westminster.

É uma outra Inglaterra: a do dinheiro.

Nas obras de arquitetura aparecem a luz primordial e o pecado capital dos povos, e mostram como os dois coexistem no dia de hoje.

Dentro da Inglaterra do dinheiro há uma nostalgia da Inglaterra medieval.

Eles acham que não é preciso romper inteiramente com a Inglaterra gótica.

E Augustus Welby Pugin teve alma para compreender esse problema e soube representar a luz primordial na arquitetura.

Ele falou para um filão que ainda está vivo na Inglaterra de hoje.

Westminster HallEle compreendeu a alma inglesa, ele compreendeu sua a luz primordial.

Ele viu os pontos de sensibilidade em que essas almas são trabalháveis para o bem.

Isso exige um espírito profundamente católico.

Ele soube tocar, por meios simbólicos, a alma de seu país.

Ele soube realizar monumentos que muitos, até protestantes, admiraram.

Ele tanto soube tocar, que ele foi odiado.

E um indivíduo nunca pode ter a certeza de que ele está acertando, enquanto ele não ouviu o gemido do adversário.

St Giles, Cheadle, arquitectura de Pugin ©Fr Lawrence OPEnquanto o adversário não soltou uma imprecação, ou não gemeu, ele pode estar duvidando do seu próprio acerto.

Ele foi odiado por alguns protestantes, ele foi odiado por muitos católicos, sobretudo pelos católicos liberais, ou antepassados dos progressistas.

Seria uma glória que genuínos católicos ingleses, algum dia, mandem construir uma coisa que esse homem sonhou e que ele não chegou a realizar.

Seria a mais alta homenagem a um homem tão católico.

Os homens que não procuram realizar coisas sonhadas pela fé, esses não são homens.

Assim foi a alma dos construtores das catedrais da Idade Média.

Mas o espírito deles não ficou restringido à era medieval.

Ele vive na Igreja Católica que inspira, a través dos séculos, ousadias mais medievais das que tentaram os próprios medievais.




(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira. Apontamentos sem revisão do autor).


Vídeo: Pugin: o arquiteto de Deus




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terça-feira, 15 de abril de 2025

Faça uma visita virtual à Catedral de SANTIAGO DE COMPOSTELA

Veja vídeo


A história da catedral de Santiago de Compostela começou pelo ano 813, quanto um eremita de nome Pelayo e alguns pastores se depararam com uma estranha luminosidade.

Aquela misteriosa luz se espalhava sobre um pequeno bosque perto de um morro chamado Libredón. A paisagem, em certos momentos, ficava tão clara que se parecia a um campo estrelado (Campus Stellae = Compostela).

Teodomiro, o bispo local, informado do estranho fenômeno, soube que a luz focara no chão uma antiga arca de mármore. Nela se teria encontrado os restos humanos que se dizia pertencer ao Apóstolo Santiago.

Segundo uma história antiga o Apóstolo decidiu evangelizar a Espanha, mas foi decapitado pelo rei Herodes Agripa na Palestina.

O corpo dele, então, foi lançado ao mar num barco no porto de Jaffa. Sem tripulação, sem leme, soprada só pelo vento, a nau aportou nas costas da Galícia, que os romanos chamavam de Finis Mundi.

Recolhida da praia, a arca fora enterrada num “compostum”, quer dizer um cemitério.



Incenso na Catedral de Compostela: o "botafumeiro!



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terça-feira, 1 de abril de 2025

Nossa Senhora triunfou na restauração de NOTRE DAME

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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sócio do IPCO,
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Furor da Revolução gnóstica e igualitária


Ë doloroso, mas exigido pela verdade, reconhecer que após dois mil anos de vida, a Santa Igreja Católica se nos apresenta hoje como Nosso Senhor Jesus Cristo na Sua Paixão, quando chegou gotejando sangue e cambaleando sob a Cruz no topo do Calvário.

Ao longo de um cambaleio de 20 séculos de glória, de martírio e de perseguição, a Igreja chega em nossos dias ao auge do seu desfiguramento.

Quem teria imaginado essa Instituição divina — que São Luís IX tanto amou, pela qual São Fernando lutou tanto, os cruzados fizeram o que fizeram e os mártires morreram — desfigurada pelo véu ignóbil do progressismo?

O incêndio da catedral paradigmática da Cristandade pareceu simbolizar o episódio terminal dessa desfiguração criminosa, senão satânica.

Mas Nossa Senhora patenteou o contrário, fazendo despertar no fundo das almas o amor a Ela e à época “em que o espírito do Evangelho penetrava todas as instituições”, como ensinou o S.S. Leão XIII sobre a Idade Média.

A fulgurante restauração soou como uma primeira trombeta que anuncia o Reino de Maria cada vez mais próximo de nós.

“Fumaça de Satanás” ainda presente


O negrume da “fumaça de Satanás” não esteve ausente neste momento de vitória de Nossa Senhora, patenteando que ainda há combates a serem travados.

Por exemplo, o Arcebispo de Paris e seus coadjutores se apresentaram na inauguração com vestes litúrgicas confeccionadas por uma casa de modas que se vem notabilizando em dessacralizar as indumentárias sacerdotais e os hábitos religiosos desde o Concílio Vaticano II.

A reabertura foi terrivelmente desfigurada pelas vestes usadas por D. Ulrich, arcebispo de Paris, e pelos prelados coparticipantes, registrou a jornalista Jeanne Smits .

A casa de costura Castelbajac vestiu os bispos com uma capa de cores berrantes. Por isso, foram ridicularizados nas redes sociais por sua perturbadora semelhança com o logotipo do Google.

As crianças perguntavam aos pais por que bispo estava vestido de palhaço... Sua extravagância contrastava com a delicada “renda de pedra” de Notre-Dame.

Na noite do trágico incêndio, o presidente Macron falara de um concurso internacional para se restaurar a catedral em estilo “contemporâneo”.

A França se ergueu indignada contra tal proposta, que violava ademais leis e tratados internacionais.

O governo, que confiscou o prédio sagrado nas sinistras jornadas da Revolução Francesa, ficou com as mãos amarradas por suas próprias leis.

Mas incitado pelo Arcebispo, está tentando novamente substituir os belíssimos vitrais por outros horríveis, “contemporâneos”.

O poder eclesiástico teve luz verde para trocar os objetos litúrgicos estragados na tragédia por outros até mais berrantes: altar, púlpito, cátedra em forma de caixão, tabernáculo, pia batismal, relicário psicodélico para a Coroa de Espinhos.

Feios artefatos inadequados ao esplendor gótico da catedral que ficariam deslocados em qualquer igreja onde se celebre uma liturgia como deve ser, avaliou Jeanne Smits .

Da Cidade Eterna, a colunista Cristina Siccardi falou de roupas desenhadas pelo estilista pop e figurinista de séries de televisão americana.

Elas deram à maior parte dos fiéis do mundo a impressão de um desfile circense mais próprio de um filme que debocha da Igreja, completada por um báculo arcebispal com aparência de um brinquedo de mau gosto fabricado na China .

Omitimos, por amor à brevidade, outras peças desagradáveis registradas pela jornalista romana.

Nossa Senhora triunfante


Poucos dias antes das cerimônias inaugurais, a imagem de Nossa Senhora de Paris, ou Virgem do Pilar, foi levada de retorno à sua casa em comovente procissão iniciada na catedral provisória de St.-Germain l’Auxerrois.

A verdadeira dona da catedral vira cair dezenas, senão centenas, de pedras, entulho, chumbo derretido e madeiras em brasa, provenientes do desabamento da agulha e do teto, afundando o piso a poucos centímetros de seus pés e destroçando o altar principal e outros objetos de culto modernos.

Ela, porém, ficou milagrosamente intacta, não requerendo mais do que uma simples remoção da poeira.

A imagem em pedra mede 1,8 m e representa Nossa Senhora vestida com roupas de rainha e coroa na cabeça.

Na mão direita segura o “lírio” símbolo do reino dos lírios, a França. No braço esquerdo sustenta o Menino Jesus, que detém em suas mãos o globo, representando o mundo inteiro.

E o Divino Infante, o Salvador do Mundo, mostra que a Terra toda depende d´Ele, mas manifesta encontrar suas delícias brincando com o véu de sua Mãe .

A troca de sorrisos entre Nossa Senhora e o Menino Jesus nessa imagem faz ressuscitar em nós formas de ternura, de pureza, que nós poderíamos achar completamente desaparecidas.


É a Rainha que pode mobilizar milhões de anjos, mas que vendo-A compreendemos bem a importância da “escravidão de amor” que São Luís Maria Grignion de Montfort nos convida a fazer em suas mãos.

Uma escravidão a uma Senhora que nos empolga, fascina e salva.

Ela desperta na nossa alma um mundo de riquezas afogadas pela Revolução gnóstica e igualitária.

Ela está tão embebida pela virtude que a enormidade do mal “moderno” fica excluída, pela rejeição, intransigência, integridade e deliberação que resplandecem em seu sorriso num equilíbrio tão requintado, que não há mal nem catástrofe que altere.

Nem mesmo a investida progressista dentro da Igreja .

Ela carrega todas as graças da história da civilização cristã e manifesta um tal poder, que torna evidente o advento de uma era histórica a Ela consagrada após ter sido enxotada toda forma de mal, como Ela mesma prometeu em Fátima.



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terça-feira, 25 de março de 2025

NOTRE DAME puxa o crescente fascínio pela Idade Média

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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política internacional,
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Na sessão oficial de reabertura, Macron disse que na surpreendente restauração, milhares de artistas e artesãos “estabeleceram a continuidade com uma corrente que os precedia no tempo havia mais de oito séculos: a que vem da Idade Média com sua paixão pelo belo e pela coisa bem feita” .

E lhes agradeceu por terem ensinado aos contemporâneos a elevarem os olhares para o Céu que a agulha de Notre-Dame aponta, para “redescobrir nossa catedral interior”.

O presidente — ou o autor de seu discurso — aludia à lenda bretã da “catedral submersa”, acima mencionada, que o literato anticlerical Ernest Renan dizia emergir de vez em quando na sua alma comparável a um mar tenebroso.

Os sons emitidos pela “catedral submersa” parecem ter-se feito ouvir por incontáveis almas que assistiram atônitas à queda da flecha de Notre-Dame em chamas, enquanto outras viam o ponto de não retorno de uma era vilipendiada.

Emergia nelas “o fascínio e um interminável interesse pela Idade Média”, a qual adquiriu uma atualidade insuperável, ultrapassando por muito a dimensão religiosa da catedral, escreveu Guillermo Altares no jornal socialista espanhol “El País” .

O próprio presidente laicista glorificou a Idade Média no dia da reconsagração ao falar de São Luís IX, que trouxe a Coroa de Espinhos; do voto de Luís XIII de honrar a Virgem Maria se tivesse um filho; da conversão do poeta Paul Claudel,“que recuperou a esperança aos pés de um pilar, numa noite de dezembro de 1886”; dos jovens que foram rezar aos pés de Notre-Dame quando ardia o incêndio; da “providência” que protegeu a Virgem, cuja imagem ficou intocada, próxima em centímetros do amontoado de pedras e carvões ardentes que caíam do teto.

Vitória de Nossa Senhora


Sim, a Virgem é intocável e Ela, a Imaculada, foi a grande vencedora sobre o fogo revolucionário e luciferino.

“Será que Macron, o homem que fez que o direito ao aborto fosse consagrado na Constituição francesa percebeu a verdade dessas palavras?” —perguntou a jornalista Jeanne Smits, acrescentando que ele descreveu Nossa Senhora tal como Ela é.

Qualquer que tenha sido a sua intenção, em mais de uma ocasião o próprio demônio reconheceu o poder e a majestade da Virgem que o esmaga e o força a confessar a verdade, a grandeza d´Ela.

A catedral que demorou dois séculos para ser construída foi refeita como uma joia em pouco mais de cinco anos com tecnologias medievais!

“As catedrais góticas, tão diferentes em todos os aspectos das modernas igrejas tipo garagem” , escreveu o Prof. Manuel Alejandro Rodríguez de la Peña, catedrático de História Medieval em Madrid.

Esta espécie de ressurreição alimentou a esperança de que talvez a ordem medieval possa inspirar a fórmula para um mundo que desaba catastroficamente.

O lenhador Édouard Cortès vibrou com a ideia de que homens com machados medievais refizessem um teto do século XII em plena época do vazio e do virtual.

Precisava-se de “almas antes que robôs” , intuiu, e entrou voluntário para o “projeto louco” da restauração junto com um punhado de mestres carpinteiros vindos até dos EUA e da Argentina.

Esses corações indomáveis, diz ele, preferiam ser “lobos a cachorrinhos civilizados levados pela coleira”.

Autointitulavam-se “a horda” e no trabalho insano descobriram que não eram eles que restauravam a catedral, mas era Nossa Senhora que os estava modelando.

A tropa de elite Légion Étrangère brada em suas paradas militares “Legio Patria Nostra” (“A Legião é nossa Pátria”), enquanto eles sussurravam “Maria Patria Nostra” (“Maria é nossa Pátria”).

E quando uma inspetora do trabalho foi lhes perguntar por que faziam isso, a resposta brotou impetuosa: “Por Nossa Senhora. Só por Ela”.

Aqueles homens rústicos queimavam suas energias para devolver seu lar à Coroa de Espinhos e para que “a Santa Liturgia lavasse com o Sangue e com a Água consagrados a infame parodia da Última Ceia com que foram abertos os Jogos Olímpicos”.

“O verdadeiro milagre de Notre-Dame foi que o incêndio iluminou nossa cegueira, descongelou nossa memória e nos tocou com um fogo sagrado”, completou o lenhador.

Por sua vez, o arquiteto-chefe da restauração, Philippe Villeneuve, revelou: “tenho uma devoção particular à Virgem Maria. Nunca deixei de sentir o apoio d’Ela [...]. Acredito que este projeto não teria sido possível de outra forma” .

Mudança no mundo


Eles não foram os únicos que reagiram assim. Essa inesperada conversão moral deu-se em outras nações, como no Chile, com o já citado jornalista sobre a restauração de Notre-Dame representando o toque de finados para uma época que renegou o espírito e a beleza.

O jornalista chileno lembrou que as igrejas no mundo ex-cristão estão cada vez mais abandonadas, porém quando o telhado de Notre-Dame começou a arder, pequenas multidões saíram as ruas, pararam nas esquinas a fim de chorar, rezar, pedir perdão pelos crimes históricos que atraíram tão formidável punição.

Embora tenhamos abandonado e renegado Nossa Senhora mais de três vezes como Pedro a seu Mestre, prosseguiu o jornalista, uma mãe como Ela recolhe seus filhos nas ruas, acoberta esses seduzidos pelos deuses digitais, deslumbrados por uma luz que não é luz, um poder que não é poder, para que voltem a acariciar as velhas colunas que são mais firmes que as promessas do mundo.

O Chile, onde se queimaram igrejas que ficam sem restauração, abandonadas à própria sorte, olha envergonhado para a França que restaurou sua principal catedral.

E disse a verdade. Notre-Dame empolga e pede a cada um de nós para cultivar um fundo de alma como a sua fachada: grande, lógica, forte, séria, materna, misericordiosa, estável.

Qualidades simbolizadas em sua fachada com uma fidelidade de embevecer, e que devem estar no fundo de cada filho fiel da Igreja Católica Apostólica Romana, como comentou o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira .



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