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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Faça uma visita virtual à catedral de LUGO: a catedral da soma de todas as idades da Igreja



As origens da catedral de Santa Maria, de Lugo, na Galícia, Espanha, são tão antigos que falando com propriedade se perdem na história.

Sabe-se que no tempo da evangelização da Galícia houve no local uma igrejinha que remontava ao século I e que durou até os tempos do bispo Odoario, no século VIII.


Uma velha pedra medieval, hoje na entrada do templo, fala que o prelado iniciou a restauração do prédio preexistente.

Aspectos exteriores da catedral de Lugo
Aspectos exteriores da catedral de Lugo

Um diploma do rei Alfonso II, datado em 27-III-832, descreve a nova catedral como um edifício de grande beleza. Esse rei, lembrado como o Rei Casto, fiz dela o modelo para a catedral de Oviedo.

No século XII, o bispo Pedro III decidiu substituir a catedral com um prédio religioso maior e mais solene.

Foi assim que em 1129, o mestre Raimundo de Montforte iniciou a construção de um novo templo desta vez em estilo românico. Ele perdura até nossa época com muito importantes acréscimos góticos e de outros estilos posteriores.

A catedral românica foi finalizada em 1273 e foi consagrada a Santa Maria, sob a invocação de “Virgem dos Olhos Grandes” (Virgen de los Ojos Grandes) padroeira da cidade.

A catedral possui o privilégio papal da exposição permanente do Santíssimo Sacramento. O cálice e a hóstia aparecem no escudo da cidade com a frase Hic hoc misterivm fidei firmiter prifitemvr (Acreditamos com fidelidade neste mistério), em referência ao mistério da Eucaristia.

A frase foi incluída no próprio escudo do reino de Galícia.

Por este fato, Lugo é conhecida como a cidade do Santíssimo Sacramento.

A “Virgem dos Olhos Grandes” padroeira da cidade
A “Virgem dos Olhos Grandes” padroeira da cidade
A Virgem dos Olhos Grandes, padroeira da cidade hoje se encontra numa capela anexa especialmente dedicada a ela. E sua festa coincide com a da Assunção de Nossa Senhora: 15 de agosto

O rei de Castela Alfonso X o Sábio lhe consagrou sua cantiga nº LXXVII, na qual descreve a cura de uma mulher que pediu saúde a Nossa Senhora, e a recuperou na catedral aos pés da Virgem dos Olhos Grandes.

A catedral assim resume como num leque todos os estilos da história da Igreja. Desde os primórdios, quando a Galícia estava habitada por povos celtas hoje diluídos na Espanha.

Depois, da época gloriosa da conversão pela intercessão das relíquias do Apóstolo Santiago, veneradas em Compostela. A seguir, a era da Reconquista católica contra os mouros e os séculos de catolicidade subsequentes.

A Igreja Católica não é de uma só idade, nem de várias.

Ela tem a soma das idades boas do passado, do que há de bom no tempo presente e de todas as belezas, perfeições e formas de santidade que haverá no futuro e que nós não conseguimos sequer imaginar.

Pois todas as formas de beleza e santidade estão contidas em Nosso Senhor Jesus Cristo, presente verdadeira, real e substancialmente no Santíssimo Sacramento.

A catedral de Lugo é uma lição eloquente destas verdades.

Video: Cantiga 77: "Daquela que Deus mamou"






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