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terça-feira, 6 de agosto de 2024

A Luz de Cristo nas catedrais

Catedral Santo Estêvão, Viena.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Entrando no recinto sagrado de uma catedral, o povo exerce, sem sabê-lo, um magnífico ato coletivo de discernimento dos espíritos!

Assim como quando acabou o Dilúvio um arco-íris pousou sobre a terra, assim também, quando o aperfeiçoamento da Igreja e da obra de Nosso Senhor Jesus Cristo na terra chegou a um determinado grau, as almas humanas receberam esse discernimento.

Trata-se de um enorme discernimento coletivo. É como se uma luz do Divino Espírito Santo se tornasse sensível à mente dos homens.

E eles discernem belezas na Igreja Católica que eles traduzem nos modos maravilhosos que o estilo gótico excogitou.

Esse discernimento se manifestava não só na arte eclesiástica. Ele vivia palpitante em mil outros aspectos da vida real!

Na corporação de ofício, na aldeia de marzipã, na inocência dos camponeses que nos aparecem nas iluminuras ou nos vitrais, na paz dos gizantes com as mãos postas, numa tranquilidade desconcertante para nós, homens de hoje.

Catedral de Laon, França
Em tudo isso, Deus transparece mais e melhor.

Epifania! Nosso Senhor se mostra em Belém a todos os povos representados pelos três Reis Magos.

Naquele momento o “Lumen Christi” ‒ a “Luz de Cristo” ‒ brilhou para os pastores e para os reis.

Em Belém começou uma ação da graça cujo ápice histórico ficou sobrenaturalmente sensível na época em que o “Evangelho penetrava todas as instituições”, como S.S. Leão XIII se referiu à Idade Média.

Veio depois o trabalho maldito para tentar extirpar e ssa “Luz de Cristo”. E essa luz que resplandecia suavemente na Idade Média foi sendo extirpada ponto por ponto, de fora para dentro.

Orvieto, capela do corporal
Orvieto, capela do corporal
Primeiro foi o trabalho da Renascença, depois do Protestantismo, da Revolução Francesa e por fim do comunismo.

De início propôs aos homens as belezas do apenas clássico, do barroco, depois do romântico, com estados de espíritos e modos de ser culturais e morais, cada vez mais vazios daquela Luz de Belém.

Afinal apareceu a luz sinistra do socialismo e do comunismo bradando “morra a beleza, morra Deus”.

Mas ainda ficou ‒ em uns mais, em outros menos ‒ uma coluna de fogo dentro da alma que os torna sensíveis a esse “Lumen Christi”.

Então, nós vemos almas indiferentes ao gótico e simpáticas ao socialismo.

Porém, encontramos outras que conservam alguma grandeza e se voltam para a Luz de Cristo que emana daquelas catedrais, admiram-no, amam-no, tem saudade dele.

No fundo é uma saudade de Deus. E de Deus glorificado nesta terra.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 03/01/1981. Texto sem revisão do autor).




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2 comentários:

  1. José Juarez Batista Leite19 de maio de 2012 às 01:58

    É verdade,as catedrais manifestam uma beleza majestosa por dentro e por fora e chamam a atenção para uma realidade superior relacionada à Divindade.São testemunhas de um época que deixou marcas profundas na história e experiência humanas,e guarda em si uma força potencial que não pode ser de todo sufocada.

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