Restaurador-chefe de Notre-Dame a quer idêntica ao que era |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O arquiteto chefe da restauração de Notre-Dame de Paris, Philippe Villeneuve, defendeu em entrevista ao quotidiano “Le Figaro” a reconstrução da agulha da catedral “à l'identique” (de modo idêntico ao que era).
Nisso contrariou a vontade do presidente Emmanuel Macron que favorece “uma reconstrução inventiva”, leia-se que deturpe com elementos extravagantes essa relíquia da Cristandade.
“Para min, não somente deve se refazer a agulha, mas é preciso refazê-la idêntica ao que era, justamente para que ela não se relacione com uma data”, declarou o arquiteto chefe dos monumentos históricos, responsável da restauração da catedral desde 2013.
“Além do mais, o Tratado de Veneza nos impõe restaurar os monumentos históricos no último estado em que foi conhecido”, sublinhou o arquiteto se referindo ao tratado internacional de 1964 sobre a restauração de monumentos.
Para Villeneuve, “a grande força da agulha obra mestra de Eugène Viollet-Le-Duc, é que não está relacionada a uma época. Ela se integrava numa obra mestra medieval do século XIII. É isso que nós devemos procurar”.
“Olhai para a agulha da catedral de Colônia na Alemanha é uma implantação de 1950 num prédio antigo”, comparou.
Philippe Villeneuve salvando o galo-relicário da agulha de Notre Dame
E sublinhou que quando “Viollet-Le-Duc refez a agulha, ele não tinha senão três gravuras sumárias da antiga que havia desaparecido”.
“Mas não é o caso de hoje. Sua obra ficou muito bem documentada, e nos conservamos todos os planos”, acrescentou.
Um inquérito da empresa YouGov publicado em fim de abril apontou 54% dos franceses anseia uma reconstrução “à l'identique“.
Apenas 25% é favorável a um “gesto arquitetônico” contemporâneo, como deseja o presidente francês.
O ministro da Cultura Franck Riester, prometeu no canal BFMTV que será feita uma “grande consulta” pública e que o governo ouvirá o desejo dos especialistas e do povo e restaurará “à l'identique” a agulha de Viollet-Le-Duc, ou incluirá algum elemento novo.
Após os trabalhos fundamentais de consolidação da catedral foi feita uma missa para “um número restrito de pessoas” presidida pelo arcebispo de Paris, na festa conhecida como “de la Dédicace” que comemora a consagração do altar-mor da catedral, noticiou “L’Express”.
Os novos sinos da catedral não foram atingidos pelo incêndio |
Por razões de segurança, a missa foi simples, o público muito limitado e usou capacetes por prudência, na capela da Coroa de Espinhos na extremidade leste da catedral, a menos atingida.
O ato, embora restrito, sugere que os danos não são tão graves quanto se podia supor pelas fotos do incêndio, a ponto de em tão pouco tempo poder se fazer uma cerimônia com público.
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