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terça-feira, 10 de setembro de 2019

Homens na origem das catedrais: São Lopo, arcebispo de Sens

São Lopo, estátua no pórtico da igreja de Saint-Loup-de-Naud (Seine-et-Marne)
São Lopo, estátua no pórtico da igreja
de Saint-Loup-de-Naud (Seine-et-Marne)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






São Lopo, nasceu em Orléans num berço de sangue real e viveu de 573 até 623 d.C. Resplandeciam nele todas as virtudes quando foi escolhido para arcebispo de Sens.

A catedral de Sens de então era uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora e a São Estevão o primeiro mártir.

Ela havia sido construída por São Saviniano pelo fim do século III.

Depois lhe foram anexadas mais duas capelas. Na origem das colossais catedrais medievais encontramos sempre uma humilde história de pequenas capelas.

Mas nelas residiam homens de almas colossais e cujo exemplo moral acabou inspirando a construção de edifícios religiosos proporcionados a esses gigantes da fé.

Foi o caso de São Lopo na arquidiocese de Sens.

Ele doava quase tudo aos pobres. Um certo dia em que ele tinha convidado muitas pessoas para comerem, no meio da refeição verificou-se que não havia vinho para todos.

Ele disse ao funcionário que lhe avisava da falta:

Atual catedral de Sens (Borgonha, França).

Atual catedral de Sens (Borgonha, França).
“Eu acredito que Deus que alimenta os passarinhos, virá em auxílio de nossa caridade.” 

No ato apresentou-se um mensageiro que anunciou trazer cem garrafas de vinho e que estavam na porta.

Os cortesãos difamavam-no vivamente dizendo que ele amava sem medida uma moça virgem serva de Deus.

Na presença de seus detratores, ele abraçou essa virgem dizendo:

“As palavras alheias não atingem aquele cuja consciência nada lhe reprocha” 

Com efeito, como ele sabia que essa virgem amava Deus ardorosamente, ele a amava com uma intenção muito pura.

Clotário, rei dos francos, entrou na Borgonha e enviou seu senescal até Sens com a missão de sitiar a cidade. São Lopo entrou na então pobre catedralzinha de São Estevão e fez revoar os sinos.

Ouvindo o som, os inimigos ficaram tomados de um pânico tão grande que acharam que o único modo de se salvarem da morte, era fugir.

Por fim, após tomar conta de toda a Borgonha, o rei enviou mais um senescal a Sens. Porém, São Lopo não foi a vê-lo levando presentes.

O senescal, então, ficou louco de raiva e difamou-o ante o rei que acabou enviando-o para o exílio. No exílio, São Lopo brilhou pela sua doutrina e por seus milagres.

Entrementes, os habitantes de Sens mataram um bispo usurpador da cátedra de São Lopo e pediram ao rei que chamasse de volta o santo exilado.

Quando o rei viu chegar um homem tão mortificado, Deus permitiu que ele mudasse de opinião a seu respeito, a ponto de se prosternar aos pés do santo bispo pedindo perdão.

O rei encheu-o de presentes e restabeleceu-o na sua diocese.

Voltando uma vez por Paris, um grande número de prisioneiros viu que as portas de suas cárceres se abriam e que eles ficavam livres de seus grilhões, indo todos logo a vê-lo em reconhecimento.

Um domingo, enquanto celebrava a Missa, uma pedra preciosa caiu do céu no seu santo cálice.

O rei guardou-a junto com outras relíquias.

O rei Clotário ouvindo os sons admiravelmente doces do sino da catedral Santo Estevão de Sens, ordenou que fosse transportado a Paris, para ouví-lo com mais freqüência.

Mas isso desgostou a São Lopo, e ela perdeu o badalo assim que saiu de Sens.

Sabendo disto, o rei mandou que fosse restituída imediatamente à cidade.

Uma noite, enquanto rezava, o demônio lhe fez sentir uma sede extraordinária; o santo homem mandou trazer água fria, mas percebendo que era um artifício do inimigo ele prendeu o diabo na taça, onde passou a noite toda berrando e uivando.

Na manhã seguinte, aquele que escolheu as trevas para tentar o santo, fugiu sob a luz do sol totalmente confundido.

Outra vez, enquanto voltava de visitar as igrejas da cidade, como era sua costume, ele ouviu clérigos que brigavam porque queriam fazer mal a certas mulheres.

Ele então entrou numa igreja, rezou por eles, e na hora, o aguilhão da tentação cessou absolutamente de atormentá-los. Eles, então, foram procurá-lo e pediram perdão.

Após ter se ilustrado na prática de muitas virtudes, São Lopo repousou em paz, no ano do Senhor de 610, no tempo de Heráclito, imperador de Bizâncio.






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