São cinco arcos, dois iguais de cada lado e um no meio, um tanto maior.
O arco maior interrompe um pouco o curso do corrimão de um terraço que está em cima.
Mais para cima se encontram ogivas muito abertas, mas que conservam seu parentesco com a ogiva gótica comum pelo fato de terminarem naquela ponta.
A ponta reúne harmonicamente dois extremos de um movimento que tem um resto de ogival.
Entre arcada e arcada há umas pontas que dão uma leveza enorme ao teto.
Parece um teto que está para voar. Cada ponta dessas é trabalhada.
A moldura é toda também eriçada de pequenas pontas. Parece assim com as asas de inúmeras pombas que estão abrindo para voar levando consigo a Catedral mil vezes famosa. É uma verdadeira maravilha.
Em cada arco há uma portinha. Nenhuma portinha dessas está bem no centro.
Imaginem que um dedo malfazejo empurrasse essas portinhas bem para o centro.
Qual é a forma de talento por onde essas portinhas foram todas colocadas nessa dissimetria? Isso se chama propriamente gênio.
Essa dissimetria tem “charme” (encanto), do qual diz o francês: “o encanto mais belo que a própria beleza”.
A Catedral de São Marcos está cheia de “charmes”.
O que é que não é “charme” aqui? Só não é “charme” o que é grandeza. Mas o “charme” é o aliado natural da grandeza.
Porque a grandeza sem “charme” fica pesadona e o “charme” sem grandeza fica frívolo.
A cúpula tem grandeza e magnificência.
Ela seria tão pesada se que daria a impressão de um panelão.
Mas olhando a ponta da cúpula, a cruz no alto da cúpula, o jogo de várias pequenas cúpulas, a gente sente propriamente o “charme”.
É a incomparável Catedral de São Marcos.
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Fantástico este blog, adorei!
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