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terça-feira, 11 de março de 2025

Restauração de NOTRE DAME, prefigura do Reino de Maria

Inauguração de Notre Dame restaurada
Inauguração de Notre Dame restaurada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







No dia 8 de dezembro de 2024, festa da Imaculada Conceição, a catedral de Notre-Dame foi consagrada novamente após a sua restauração, conforme ordena o Direito Canônico, e reabriu suas portas aos fiéis.

No dia anterior, entre 40 e 50 chefes de Estado e de governo, bem como quase 2.000 convidados especiais — bombeiros e agentes públicos que extinguiram o incêndio que quase arruinou a catedral, artistas e artesões que trabalharam na sua restauração — compareceram a um ato de reabertura promovido pelo governo francês.

Notre-Dame, iniciada em 1163, apresenta-se em 2025 renascida com o viço de sua primeira mocidade.

Como uma rainha que carregou durante quase mil anos um precioso manto cheio de história e que depois de um assalto do fogo infernal recebeu de Deus um novo manto com adornos e esplendores ainda mais rutilantes do que aquele que ostentou na História na sua mais fiel continuidade.

Efeito espiritual Mundial


O mundo ficou maravilhado com a restauração da catedral da Cidade Luz, a capital da França, nação que mereceu o título de “filha primogênita da Igreja”.

Lenda da catedral submersa
Lenda da catedral submersa
Uma velha lenda dos marinheiros da Bretanha, no extremo oeste da França, costa batida por mares furiosos e semeada de recifes perigosos, conta que por vezes se ouvem sinos reboar e das agitadas ondas emergir uma catedral arrebatadora de uma cidade mítica de nome Ys, que o oceano havia tragado em tempos remotos.

O escritor radicalmente anticristão Ernest Renan contou, numa nota autobiográfica, que na sua alma por vezes emergia com toda a sua sedução uma “cathédrale engloutie” (“catedral submersa”), em alusão à revivescência da inocência primaveril dos primeiros anos em que fora católico.

Notre-Dame de Paris renasceu das labaredas em seu máximo esplendor como essa mítica catedral de sonho, mas de um modo muito concreto.

E, eis o que vem mais ao caso, esse seu ressurgir se deu no fundo de incontáveis almas, inclusive não cristãs, afundadas numa narcose religiosa.

Espiritualmente, a imagem da Igreja purificada da “fumaça de Satanás” hodierna e das sujeiras depositadas por séculos de Revolução anticristã se mostrou numa explosão de beleza por obra da exímia restauração.

A Notre-Dame brilhante de sua luz sobrenatural medieval fez ressoar nas almas o anúncio da próxima vinda de uma era histórica esplendorosa que grandes santos anteviram como sendo o Reino de Maria.

Sua restauração em tempo recorde, num padrão artístico inigualável, mais próprio de uma joia incomparável, financiada por doações privadas imediatas e muito generosas, deixou o mundo atônito e, num sentido muito especial, envergonhado por ter tratado tão mal ao longo da História esta obra-prima da Igreja que nos vem desde o mais alto da Idade Média!

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira gostava de repetir, parafraseando o profeta Jeremias aludindo à Jerusalém amada por Deus: “Igreja de uma beleza perfeita, alegria do mundo inteiro”.

“Antena que nos abre a porta do Empíreo, fonte inesgotável de maravilhamento, escada que nos leva ao Céu, beleza da nossa natureza terrena que reflete a beleza da eternidade. Mãe que nos fala profundamente ao coração”, assim tentou descrever a catedral a historiadora de arte Paule Amblard .
“Nada te pode dobrar — escreveu um âncora de televisão chileno numa ‘Carta a Notre-Dame’ —, nem revoluções nem a indiferença, nem nossa época relativista e secularizada que está afundando enquanto se aproxima uma nova Idade Média, em que voltaremos a levantar catedrais, a rezar e cantar ao Céu, porque vagamos nas trevas como órfãos sem pai nem mãe. Mas Tu, Mãe de Paris, voltas a abrir teus braços nos dizendo: ‘vinde mais uma vez a mim, filhos perdidos, a encontrar em Mim a luz’” .

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terça-feira, 4 de março de 2025

Abadia de JUMIÈGES: onde os monges conquistavam o perdão de Deus para os pecadores

Jumièges, na Normandia, França
Jumièges, na Normandia, França
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Continuação do post anterior: Abadia de Jumièges: em pé atraia as bênçãos de Deus. Hoje em ruínas, quem reza por nós?



À margem da história da abadia, ocorreu a história da Normandia. Em 1066, Guilherme, chamado o bastardo, conquistou a Inglaterra.

Por isso é conhecido como Guilherme, o Conquistador, tendo grande parte da nobreza inglesa origem normanda. Mais tarde alguns de seus descendentes se ilustrariam nas Cruzadas, como Ricardo Coração de Leão.

Outro normando igualmente conquistador foi Roberto de Hauteville, dito Roberto Guiscard, que organizou uma expedição à Itália meridional para arrebatar todo o sul da península aos bizantinos e a Sicília aos sarracenos.

Assim, as espadas de antigos bárbaros serviram à Cristandade contra os infiéis.

"Deus escreve direito por linhas tortas”, diz um ditado brasileiro. É bem o caso. Um povo bárbaro se civilizou e tornou-se ilustre.

A milenar abadia de Nossa Senhora de Jumièges só foi destruída em 1790, mais de mil anos depois de sua fundação, pelo ódio dos asseclas da Revolução Francesa.

Suas pedras foram colocadas à venda, como se tratasse de uma pedreira. Visitando em 1835 o que restou desse augusto monumento, Victor Hugo ficou impressionado por sua beleza.

Por sua vez, o historiador Robert de Lasteyrie du Saillant considerou-a uma das mais admiráveis ruínas existentes na França. Ainda em nossos dias, elas atraem visitantes aos milhares.

Como pode uma ruína causar tanta impressão nos espíritos?

Monges cartuxos rezam o Ofício Divino, no mosteiro da Grande Chartreuse, nos Alpes
Monges cartuxos rezam o Ofício Divino,
no mosteiro da Grande Chartreuse, nos Alpes
Em Jumièges viveram almas que abraçaram o sofrimento e o anonimato por amor de Deus. Ali praticaram a humildade na oração, no estudo e no trabalho.

A Regra de São Bento considera o ócio como inimigo da alma. Por isso ela estabelece que os monges devem alternar, em horas fixas, oração, leitura espiritual e trabalhos manuais. “Ora et labora” é a divisa da Ordem.

Assim, além do canto do Ofício e outras orações em comum, uma parte do dia beneditino é consagrada ao trabalho manual — sem o qual a comunidade não poderia subsistir.

E cada mosteiro deve bastar-se a si mesmo, a fim de conservar a liberdade na prática da Regra e da virtude.

Também o indispensável trabalho intelectual, sem o qual os monges não poderiam cultivar a própria alma. Por isso, muitos deles passavam grande parte do seu tempo a ler e copiar manuscritos.

Isso explica por que os mosteiros se tornaram centros de vida intelectual e focos de santidade, além de formar verdadeiros artistas na cópia e iluminura de manuscritos.

O Inimigo por excelência de toda ordem, de todo esplendor, de toda hierarquia, de toda harmonia, de toda desigualdade, e, em consequência, de toda variedade entre os seres da Criação, é o que Prof. Plinio Corrêa de Oliveira designou de Revolução.(Revolução e Contra Revolução, Catolicismo nº100, abril/1951)

Onde há amor às desigualdades harmônicas e proporcionadas, há ordem. Onde existe ordem, há amor de Deus, porque Ele é o Autor de todas as desigualdades proporcionadas e retas.

Ruínas da abadia de Jumiège na Normandia
Ruínas da abadia de Jumiège na Normandia
Os normandos amaram as desigualdades e a ordem nascida da Europa medieval, por isso compreenderam a grandeza da Religião cristã, ou seja, católica, apostólica romana.

Também por isso a Revolução Francesa, em todas as suas fases e formas, foi o inimigo mais daninho à Cristandade no tocante à ordem temporal.

Como o é em nossos dias em relação à verdadeira Religião católica o chamado progressismo, inimigo de todas as sãs desigualdades e, portanto, do próprio Deus.

E quando se ama a Deus de espada em punho como o fêz Santa Joana d'Arc, ou de terço na mão como tantos santos, compreende-se o valor da luta.

Quando se ama a Deus a ponto de dar a vida por Ele, a alma emite, por assim dizer, um perfume próprio que a todos conquista.

Só uma alma que soube lutar e sofrer, como a de Santa Teresinha, pode conquistar outras almas para a verdadeira Igreja, hoje devastada pelos mais abomináveis inimigos internos de todos os tempos.

No contexto da França – e mesmo da França revolucionária de hoje –, a Normandia é um jardim, no qual se destaca uma flor: Santa Teresinha do Menino Jesus…

Representando o papel de Santa Joana d'Arc, ela foi uma insigne batalhadora de espada na mão contra os infiéis. Mas, sobretudo, foi a continuadora dos contemplativos de Jumièges, conquistadores de almas e de heróis!


(Autor: Gabriel J. Wilson, in “Catolicismo”, junho de 2016).


Quando a abadia de Jumièges não estava em ruínas, França



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