Igreja de São Mateus, Salers, França. |
Quando nosso olhar é desviado das maravilhas da Encarnação pelas falsas ilusões sugestionadas por certo progresso técnico, custa perceber os tesouros simbólicos acumulados em nossos edifícios religiosos.
Entretanto, o simbolismo de catedrais e igrejas tem uma importância capital e nos está falando sempre de um significado mais alto.
A visão católica das coisas pressupõe que o mundo tem uma chave de interpretação que é divina.
E a Civilização Cristã nos mostra como o universo, e portanto nossa existência terrena, têm uma ordem profunda que deve ser obedecida.
Nave da catedral de Amiens. |
Cabe, portanto, aos católicos nos voltarmos para o universo simbólico das igrejas e das catedrais, dos castelos e das obras de arte cristãs, para nos alimentarmos de seus nutrimentos espirituais.
Pois os nossos grandes símbolos estão aí, eles são muito mais poderosos do que qualquer outro. Porém, uma estranha revolução temporal e eclesiástica espalhou o sono em volta deles.
Os adversários da Igreja, através de uma Cristofobia rampante, abusam dos símbolos do mal, do feio, do falso.
E atraem sobre nós um vazio enregelante, uma profunda decepção e um convite ao desespero nos abismos do pecado e da perdição.
As catedrais medievais que focalizamos no blog, espalhadas nos séculos e nas nações, nos desvendam um céu de belezas e valores que vão bem além da beleza das próprias catedrais.
Um céu povoado de anjos e de santos, das belezas incomensuráveis da Corte Celeste.
E, sobretudo, por Nosso Senhor e por Nossa Senhora, fulcro incessantemente renovado de belezas maiores e mais resplandecentes.
Basílica de São Julião, Brioude, França. |
A própria Igreja Católica é tratada alegoricamente de “nau de São Pedro”. As semelhanças simbólicas com uma nau são frequentes. Por quê?
A igreja é um prédio que tem o ar de um barco que vai navegando não sobre as águas, mas sobre os céus, mantendo suas raízes ancoradas na terra.
A igreja, a catedral, é também a Arca de Noé da Nova Aliança, que vai sendo pilotada por Nosso Senhor Jesus Cristo, seu divino capitão, rumo à Jerusalém Celeste.
O porto de chegada é eterno e seguro. Deus o preparou para os justos habitarem após o dilúvio de fogo e do Juízo Final que vai encerrar o mar agitado da História.
O simbolismo do navio era acentuado pelo som do sino que anunciava o início da Santa Missa ou de algum outro ofício sagrado.
O sino tocava três vezes, como também o faziam os sinos na proa dos navios anunciando que eles soltavam as amarras e se afastavam da terra firme.
O sino da Missa simbolizava bem que o celebrante e com ele os fiéis deixavam as preocupações mundanas para se aprofundarem nos horizontes do mar infinito da graça e dos mistérios divinos.
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