Na Grande Torre do castelo de Karlstein, a capela da Santa Cruz. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A capela da Santa Cruz, no castelo de Karlstein, hoje na República Checa é uma lição viva de muitas grandes e nobres realidades.
Veja também o post anterior: Karlstein: a capela nobre que encarna a gravidade com o ornato
Toda incrustada de pedrarias, é uma amostra do que deveria ter sido o mundo teutônico imperial.
O mundo germânico tem a vocação de evangelizar o mundo oriental, aliás dominado pela Rússia cismática.
Ele não deveria ter se engajado nas devastadoras guerras contra a Europa Ocidental, notadamente contra a França sua vizinha.
Deveria ter voltado suas extraordinárias energias para converter e civilizar a Rússia. Teria assim levado a Religião Católica até as praias do oceano Pacífico.
Em alguma medida isso foi feito pelos gloriosos e míticos cavaleiros da Ordem Teutônica.
Esplendor com nota eslava na capela da Santa Cruz de Karlstein. |
E, coisa nada pequena, partir para a conquista de América e do Oriente para instaurar o reinado de Jesus Cristo.
Cavaleiro na capela de Karlstein, Maestro Teodorico de Praga, 1536 |
À Áustria correspondia evangelizar os povos da Europa Central e dos Bálcãs. Entre essa miríada de povos muito difíceis de conciliar entre si, estão os tchecos.
Com eles convertidos, a Áustria daria origem a uma civilização de fábula do qual a capela de Karlstein é um modelo acabado.
Os ícones incrustados nas paredes e pintados entre pedras semipreciosas estão cheios de vida e combatividade.
No todo da capela há uma certa participação do espírito eslavo que já toca no mundo russo.
Evoca, ainda que em pequena medida, os esplendores deslumbrantes do antigo Kremlin dos czares.
A capela tem mistério, mas não insinua nada de conspiração malévola.
Coroa imperial, dita de Carlos Magno, feita de pedras não lapidadas |
De personagens meio demoníacos como Rasputin que dão vontade de sair de dentro.
Mas em Karlstein não há nada à la Rasputin, porque tem a bênção da Igreja.
Há mistério, mas é o mistério do sobrenatural banhado pela graça de Deus.
A capela da Santa Cruz foi feita por um povo militar e militante que deveria ter conquistado as estepes para a Igreja.
As pedras não são lapidadas porque tal vez eles não sabiam lapidar. Mas é um não lapidado mais bonito que muitas pedras lapidadas.
A mesma beleza rude e deslumbrante encontramos na coroa imperial de Carlos Magno.
Há, portanto, alguma coisa de primitivo, que remonta ao tempo da invasão dos bárbaros, mas com um sinal positivo cheio de vida.
A capela fica no alto da torre mais larga coroada com uma Cruz |
Quem entra pode se considerar abençoado por Nossa Senhora. Como se Ela dissesse: “Meu filho, o que tu procuravas, aqui está. Olhe agora!”
Sem dúvida, ela é meio capela e meio salão temporal.
É meio uma sala de armas onde também se poderia perfeitamente cantar gregoriano ou rezar o Ofício.
Essa capela não foi única no estilo. Houve um espírito geral difuso na Europa medieval, que gerou mil capelas, igrejas, catedrais, salas, salões e castelos que participavam do mesmo estado de alma.
A Sainte-Chapelle, por exemplo, em Paris, mandada fazer por São Luis rei da França, está penetrada desse espírito.
Nelas, as pessoas viviam e rezavam dentro do fabuloso. Se preparando para o fabuloso eterno que é a contemplação de Deus no Céu empíreo por toda a eternidade.
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Gosto muito do seu trabalho. Continue. Parabéns. António Marquês Seixal Portugal
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ResponderExcluirÉ muito bom os comentários
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